tag:blogger.com,1999:blog-80003762870053632024-03-05T07:08:59.255-08:00Diálogos com Divanira ArcoverdeTu és DIVINA e graciosa...Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.comBlogger145125tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-5040338854143570092015-10-14T06:58:00.000-07:002015-10-14T06:58:07.346-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">REFLEXÃO ACERCA DE</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"> </span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;">LEITURA
E LEITORES</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 14.0pt; line-height: 115%;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Maria Divanira de Lima
Arcoverde<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Universidade Estadual da
Paraíba - UEPB<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Refletir sobre leitura e
leitores nos faz pensar em um leque de ações que envolvem este tema. Neste
sentido, é notório que já faz parte do senso comum, que compete à escola formar
leitores, concebendo-se a instituição escolar como principal agência de
letramento. Além disso, espera-se que ao sair da escola os alunos tenham
adquirido, não só a competência leitora, mas também, o hábito de ler, o que não
acontece, geralmente, levando-se em consideração que as pesquisas têm
demonstrado um trabalho de leitura associado a questões ideológicas. O aluno
tem que provar que sabe ler e passar pelo julgamento do professor que o submete
a práticas avaliativas. Como afirma Nunes (1998, p.27),<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 42.55pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">“no
discurso escolar ocorre a simulação de discursos outros que o constituem, ou
seja, o discurso escolar apresenta um seu exterior específico [...] que
distingue três instâncias determinantes de leitura: a do jurídico, a do
econômico e a do político.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Esse complexo ideológico
constitui um espaço contraditório, onde estão imbricadas práticas escolares e
outras práticas vigentes em nossa sociedade, de modo que as condições de
leitura estão vinculadas quase sempre ao livro didático, cujo leitor é moldado
pela instituição.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Dessa forma, é interessante
que vejamos a leitura e suas funções sociais como prática fundamental para o exercício
da cidadania. Já não podemos conceber que a “cada ano, avaliações de diferentes
portes deem conta de que no Brasil a escola venha falhando na sua função de
formar leitores”. (ANTUNES, 2009, p.185).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Revendo a nossa caminhada
como professora de Língua Portuguesa e analisando as causas desse problema,
percebemos que o livro ainda não é o centro das atenções, nem tampouco
considerado devidamente como um bem cultural. Diante dessa realidade, é
inconcebível cruzar os braços frente à essa evidência, bem como atribuir apenas
à escola a exclusividade de desenvolver essa prática leitora. Podemos, conforme
orienta Perrenoud (2000, p. 15), desenvolver “a aptidão dos sujeitos para ligar
os saberes que adquiriram ao longo da vida às situações da experiência, a fim
de que pelo recurso a esses saberes, vivenciar essas experiências de forma
gratificante e eficaz”. Assim, saberes e competências funcionarão numa relação
clara de inclusão. No dizer de Perrenoud, a competência supõe a articulação do
saber já acumulado com as condições específicas das situações enfrentadas. Vale
a pena, então, questionar que competências a leitura desenvolve? Encontramos em
Antunes, (2009, p. 193) a resposta ideal. ”A leitura permite o acesso ao imenso
acervo cultural constituído ao longo da história dos povos e possibilita,
assim, a ampliação de novos repertórios de informação”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Para esta autora, a leitura
nos proporciona a descoberta de novas ideias, novas concepções, perspectivas e
diferentes informações acerca do mundo, das pessoas, da história dos homens. A
leitura expressa o respeito ao princípio democrático de que todos têm direito à
informação e acesso aos bens culturais já produzidos. A leitura confere, ainda,
o poder de enxergar e perceber o que nos circunda, a fim de que, como cidadãos,
assumamos nossos diferentes papéis na construção de uma sociedade que respeite
a lógica do bem coletivo e dos valores humanos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Somos sabedores de que ler é
partilhar conhecimentos, e como tal, é interagir com o outro e afirmar-se como
sujeito histórico/social. Seduzir alguém ao encantamento da leitura como
atividade social, de forma que se instaure a interação entre o escritor e o
leitor, que estão aparentemente distantes, mas que querem se comunicar é preciso!
É necessário, ainda, abrir caminhos para a prática social da leitura fora dos
bancos escolares, na certeza de que isto significa o exercício da partilha do
poder. Como afirma Chico Buarque: <b>“A
vida não gosta de esperar</b>! <b>Amanhã
ninguém sabe...</b><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Nesta perspectiva, é correto
reconhecer que não se pode negar a preocupação dos órgãos públicos, em
desenvolver uma política que amplie a função social da escola como principal
agência de letramento, em programas oficiais do MEC, como os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) de Língua Portuguesa (1996) e outros.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Inegável, também, as
variadas propostas de incentivo à leitura promovidas em todo o país. Entre
programas, projetos e campanhas podem ser citados alguns. Nos anos 70, o
Governo Federal implantou o projeto de financiamento de publicações de obras
literárias, por intermédio do Instituto Nacional do Livro. Uma política de co-edições que patrocinava
parte do custo de produção de textos, responsabilizando-se também pela
distribuição de sua cota de livros, suprindo bibliotecas públicas nos estados e
municípios. Na década de 80, a Fundação Nacional do Livro, em parceria com a
iniciativa privada, patrocinou projetos que consistia em ampliar o acervo de
livros das escolas. No período de 1982 a 1985, com o apoio da Fundação Nacional
do Livro Infanto-Juvenil, foi desenvolvido o projeto “Ciranda de Livros”,
patrocinado pela Hoeschst do Brasil, Fundação Roberto Marinho e Fundação
Nacional do Livro, quando foram distribuídos livros para trinta mil escolas da
rede pública de todo país. Em 1987 e 1988, o projeto “Viagem da Leitura”
oportunizou a distribuição de livros de literatura para bibliotecas públicas
conveniadas ao Instituto Nacional do Livro. O projeto “Sala de Leitura”,
resultado da parceria com a Fundação de Assistência ao Estudante (FAE) e o MEC
garantiu nas escolas de todo o país a distribuição de livros didáticos e de
literatura. O projeto pretendia combater o modelo tradicional das bibliotecas
por uma prática democrática de leitura, de forma flexível. Em 2001, foi criado
o Projeto “Literatura em Minha Casa” com o objetivo de integrar os espaços
educacionais e culturais, escola e família. O inovador nesse projeto foi a
oportunidade que o aluno tinha de compartilhar as leituras dos livros com seus
familiares. Conforme dados do MEC, este projeto foi o de maior envergadura e a
maior compra de livros já realizada no Brasil. (SITE DO MEC. ACESSO em
20/05/09).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Programas como o PROLER e o
PROLEITURA, implementados na década de noventa, também trabalharam com ações
básicas, visando à constituição de uma sociedade leitora numa troca de
experiências de leitura, através da formação de uma Rede Nacional de Leitura.
Diferente dos projetos, esses programas não tinham por objetivo a distribuição
de livros, mas a formação de recursos humanos e assessoria às ações
regionalizadas de promoção á leitura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Essas e outras ações têm
beneficiado o Estado da Paraíba. No entanto, nunca é demais esse fazer, frente
às condições sócio-históricas que caracterizam seus habitantes. A necessidade de
sistematizar a história da leitura, a partir de uma perspectiva que a conceba
como prática cultural, portanto, histórica, vai além da compilação e da
produção de um acervo, exigindo do historiador a interpretação e a articulação
desta prática às esferas das políticas públicas de leitura. (BARBOSA, 2007).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Neste contexto, situamos a
pré-existência que povoa o imaginário coletivo, de que qualquer pessoa
escolarizada é um sujeito-leitor, isto é, que aprendeu a ler. E isto não é
verdade. Sabemos que os fatores responsáveis pelo insucesso da escola no ensino
de leitura, embora existam tantos projetos e programas oficiais, é que falta na
escola a eficácia de uma metodologia que preveja, não só o aprendizado do ponto
de vista formal, mas também o desenvolvimento de práticas leitoras que envolvam
o desejo, o gosto e a necessidade de ler. Barthes (1973), em “O prazer de
texto”, compara o leitor a uma aranha que, ao mesmo tempo em que tece, segrega
a substância com a qual vai tecendo a sua teia. Assim também, o leitor à medida
que lê projeta sobre o texto seus conhecimentos de mundo, textual e linguístico
e tece com o outro suas histórias de leitura. Na visão de Gurgel (1999, p.
209), “o amor e a leitura, porque têm em comum o prazer, requerem um exercício
diário de conquista, de envolvimento, de diálogo com o outro”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Não é redundante, afirmarmos
que a leitura nos torna capazes de tecer nossa própria identidade, a partir do
outro e com o outro, estabelecendo o processo de cidadania. É preciso, pois, a
inserção de uma política que promova a leitura além dos muros escolares,
independente do lugar em que esteja o indivíduo ou do contexto
sócio-histórico-cultural em que esteja inserido. É necessário, ainda, que se
propicie a esse indivíduo o direito de ler, que se forme nele o gosto de ler.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Além do mais, sabendo-se que
a leitura como um dos meios que o indivíduo tem de se comunicar com o mundo,
ter contatos com novas ideias e pontos de vista, que talvez sua prática jamais
lhe proporcionasse, necessário se faz que projetos dessa natureza sejam postos
em prática para que se tenha a formação de uma sociedade leitora.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Desta forma, qualquer ação,
por incipiente que seja, pode demonstrar o compromisso de qualquer órgão,
enquanto Instituição que se preocupa no que fazer, para minorar o “enigma do
consumidor esfinge”, cujas fabricações se disseminam na rede da produção
televisiva, urbanística e comercial que aos poucos se transforma em puro
receptor. Um espelho de um ator multiforme e narcísico (CERTEAU, 1994). Para
tanto, é imprescindível que se ampliem essas ações leitoras em projetos mais
audaciosos, para que indo além, oportunizem “o voo dos condores no céu”. É bom
esclarecer que não desejamos uma operação somente decodificadora, articulada,
com base, apenas, em significantes. Desejamos apagar a imagem do livro como uma
ilha sempre fora do alcance dos leitores. Pretendemos que o livro deixe de ser
privilégio de alguns que o estabelecem como um segredo do qual somente eles
tenham direito a “decifrá-lo”. Desejamos que o livro seja visto como um bem
cultural de acesso plural.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Neste contexto, enquanto
educadora, sonhamos em ver concretizadas propostas de leitura que possam pôr em
prática estratégias politizáveis, sem cobranças, sem contas a pagar, sem
perguntas para responder, nem julgamentos de valor. No dizer de Certeau (2004,
p. 269), <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 42.55pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ler
é constituir uma cena secreta, lugar onde se entra e de onde se sai à vontade
[...]. É produzir jardins que miniaturizam e congregam um mundo, [...] onde os
leitores são viajantes, circulam nas terras alheias, nômades caçando por conta
própria, através dos campos que não escreveram, arrebatando os bens do Egito
para usufruí-los.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Compreendemos que propostas
nesta direção promoveriam a inserção de atividades leitoras no cotidiano das
pessoas, em seus domicílios, independente do contexto social em que se
insiram. O importante é que o indivíduo
possa exercer o direito de ler, aprenda a ler e adquira o gosto de ler.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">Implantar políticas públicas
para a formação de uma sociedade leitora é, portanto, dever de todos nós! Como assevera Barthes, (Op. Cit. 2003. p. 9),
“Esse leitor, é mister que eu o procure (que eu o drague) sem saber onde ele
está. Não é a pessoa do outro que me é necessária, é o espaço: a possibilidade
de uma dialética do desejo” [...].<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">– REFERÊNCIAS<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">ANTUNES, I. Língua, <b>Texto
e Ensino</b>: outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">--------------- <b>Muito
Além da Gramática</b>: Por um ensino sem pedras no caminho. São Paulo:
Parábola, 2007.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">-------------- <b>Aula
de Português</b>: encontro e interação. São Paulo: 2003.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">BARBOSA, S. de F. P. <b>História
da Leitura na Paraíba</b>: Prática e representações. Projeto de Pesquisa. João
Pessoa: UFPB, 2007. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">BARTHES, R. <b>O
prazer do Texto</b>. São Paulo: Perspectiva, 1973.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">CERTEAU, M. <b>A
invenção do cotidiano</b>. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">FREIRE, P. <b>A
importância do ato de ler</b>. Em três artigos que se completam. São Paulo:
Cortez, 1993.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%;">GURGEL, M. C. Língua, Texto e Ensino: outra escola
possível. In: VALENTE, A. <b>Aulas de
Português: Perspectivas inovadoras</b>. Petrópolis, R J: Vozes, 1999.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-67143876562230189472014-12-20T04:54:00.000-08:002014-12-20T04:54:07.135-08:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">UNIVERSIDADE
ESTADUAL DA PARAÍBA</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">SOLENIDADE
DE COLAÇÃO DE GRAU 2014/02</span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span> </div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Exmº Sr. Governador do
Estado (ou representante)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Exmº Sr. Prefeito Municipal
(ou representante)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Magº. Reitor Prof. Dr.
Antônio Rangel Júnior</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Pró-Reitor de Ensino de
Graduação, Prof. Dr. Eli Brandão, em nome de quem, cumprimento os demais Pró – Reitores</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Caros Diretores de Centro,
Chefes de Departamento e Coordenadores de Curso</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Caros Colegas, companheiros
de caminhada </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Queridos Formandos (as)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Senhores e Senhoras<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Apraz-me citar como preâmbulo
deste discurso o paraibano Hildeberto Barbosa Filho, que poetizou acerca da
palavra, em seu livro “Quando nem morrer é remédio”: [...] “A palavra resgata
paraísos/ Ponto final da oração do tédio/ É armadilha que trança o gesto/
Cálida, põe pelo avesso o universo e carrega montanhas/ É a colina ondulando no
olhar/ É o olhar escavando o lado esquerdo do peito/ E o céu da boca perfumado”
[...]</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">É pertinente, então, que
seja a palavra o símbolo maior de que me valho, para externar toda a minha
emoção, eivada do mais intenso reconhecimento para agradecer: Agradecer ao Deus
da vida, por me premiar com este momento! Agradecer ao Magnífico Reitor Rangel
Júnior e aos membros do CONSUNI/UEPB pela honraria que me concedem de
compartilhar desta solenidade como Paraninfa Geral. Imperioso, pois, que
retextualize aqui o início da mensagem do Poeta/Reitor, ao comunicar-me essa
escolha, que segundo ele, “Mais que merecimento/ Mais que uma deferência/ Mais
que homenagem, a UEPB reconhece e reverencia esta cidadã, exemplo de educadora,
por sua história de vida e trabalho na nossa Universidade”, o que não posso
negar, muito me lisonjeou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Isto me reporta a cenas que
me fazem reviver a comunhão que me enlaça a esta Instituição e me permite
seguir as pegadas de Cecília Meireles: Os dias são feitos de pequenos desejos, vagarosas
saudades e silenciosas lembranças. Na UEPB, a catedral dos meus sonhos foi
erguida e se tornou realidade. “Foi nas pontas de suas tranças, onde amarrei
minha ilusão”. Esta Universidade representa para mim a metáfora, cujo princípio
fundante se traduz em isotopias que preenchem todo o meu ser e se inscrevem em
minha alma,<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="color: red;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>impregnando-se
de tal forma, que difícil seria desvencilhar-me delas!<span style="color: red;"> </span>Razão
por que nos irmanamos a esse sentimento de pertença, como algo que nos une
irremediavelmente.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Relembro, assim, meu
ingresso nesta Instituição, como professora substituta, quando ainda
Universidade Regional do Nordeste. Acompanhei “paripassum” as crises e as lutas
pela sua sobrevivência. Mas, felizmente, o casulo dos tempos difíceis a
transformou em crisálida de nova vida. Posso, neste sentido, registrar, prazerosamente,
que após ser admitida por Concurso Público, na então Universidade Estadual da
Paraíba, compartilhei com companheiros de caminhada “das nuvens que no chão não
pousam”, dos embates político, histórico e social que redundaram na sua
ascendência e no seu crescimento vertiginoso! Após sua estadualização, veio o
reconhecimento e a sua autonomia, culminando com a ampliação de Cursos e a criação
de novos câmpus. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Entretanto, é importante
ressaltar que por mais transversos e esguios que sejam nossos caminhos, nada
acontece por acaso... O instante faz parte da condição humana! E em alguns
casos, nós o fazemos acontecer! Em razão disto, é no instante em que se oculta
a complexidade das dores ou a exuberância das alegrias, protegidas pela máscara
do existir. E assim, se efetivam as vitórias, porque existem soldados que,
incansavelmente, lutam nas batalhas! Como competidores que permanecem firmes em
suas maratonas, estes não abandonam as pistas, jamais, por maiores que sejam os
obstáculos!<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Neste contexto, foram muitos
os atores sociais da UEPB que não fizeram de suas janelas um único foco, cujo
olhar limitado os impossibilitaria de ver outras paisagens! Buscaram outras
janelas para contemplar novos horizontes.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Miraram-se no espelho de José
Américo de Almeida e em seu reflexo ponderaram que “Ver bem não é ver tudo; é
ver o que os outros não veem”. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Transformaram
pedras em montanhas, construíram dos escombros de suas dificuldades castelos e
fizeram dos desertos secos desafios! Eis, pois, nossa Universidade, digna do
Pódio, uma vez que criou, com suas incertezas, uma escada para alcançá-lo!<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Acredito que nada nem
ninguém poderão detê-la! A UEPB, como nos ensina Clarice Lispector, “não terá
medo nem de chuvas tempestivas, nem de grandes ventanias”, tendo em vista que
“o vazio tem o valor e a semelhança do pleno”. Certamente, os fundamentos sobre
os quais foram construídos os pilares que lhe dão sustentáculo jamais ruirão,
porque calcados em ideais pétreos e firmes, são bases sólidas que se tornam
indestrutíveis! Tenhamos a convicção do escritor Robson Pinheiro: “As águas que
descem em um rio caudaloso podem causar certos estragos, ao longo do percurso
ou ao redor das margens. Contudo, se forem devidamente canalizadas ou
reprezadas, servirão de impulso ao progresso na geração de energia e trabalho”.<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Estou convicta de que os
protagonistas da gestão atual são timoneiros que não deixarão águas turbulentas
ensejarem outras margens. Construirão pontes que ultrapassarão as fronteiras do
tempo! A UEPB, hoje, é uma pluralidade qualitativa, em que o múltiplo se
diversifica. É a “invenção do possível”. Como numa ciranda, estaremos todos de
mãos dadas para dançar e cantar a melodia que for entoada! Desta forma, firmados
na premissa do escritor Prof. Francisco Pereira, em sua obra “A palavra na
construção do mundo”, acreditamos que “Nenhuma corrente é mais forte do que seu
elo mais fraco”.<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Dirijo-me agora aos
formandos/as! Revivo o meu momento como graduada e toda a minha ascendência
acadêmica. E é balizada em minha experiência, que ouso dizer-lhes, a exemplo de
Guimarães Rosa: “Viver é um rasgar-se e remendar-se”. É despedaçar sonhos e
cobiças. É essa separação do que somos para abraçar aquilo que poderemos ser.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Vocês concluem uma etapa de
vida! Talvez muitos de vocês ou seus familiares abdicaram de algo para a
construção desse castelo, alicerçado pela persistência e pelo compromisso! Cada
um aqui com sua história! Como enfatiza Augusto Cury, “ninguém é digno da
sabedoria se não usou suas lágrimas para cultivá-la”. <o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Aproveitem esse saber
acumulado ao longo desses anos, sejam quais forem as suas áreas do
conhecimento. Mas, sigam também os aconselhamentos de Clarice Lispector:
“Mergulhem no que vocês não conhecem. Não se preocupem em entender; viver
ultrapassa qualquer entendimento”. Por isto, lhes digo:<span style="color: red;">
</span>Sonhem o impossível, pois se vocês alimentarem grandes sonhos, seus
desafios produzirão oportunidades e seus medos produzirão coragem. Ignorem os
espinhos, porque sobre eles as rosas desabrocham com perfume que inebria nossa
alma! É preciso voar e voar alto dentro de si mesmo! Voem alto, portanto, como
a catar estrelas no céu! Se tempestades vierem, toda esperança será âncora!
Finquem-na no bojo do firmamento como quem planta sementes no chão! Mas, ao
mesmo tempo, aprendam a sair de si mesmos e sigam em direção ao próximo. Sejam
humildes, abnegados e se estruturem em suas vivências, da mesma forma em que
sejam fortes, corajosos, audaciosos e ousados na consolidação de seus sonhos,
tornando-se profissionais competentes!<span style="color: red;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Permitam-me, ainda,
confessar-lhes que a minha força, eu a construí nos embates da vida, decorrente
das lutas, das pedras no caminho e do esforço empreendido na subida das ladeiras...
Foram muitas, às vezes, que nuvens negras me apareceram como restos de noite...
O vento para mim tornou-se forte, arfante, quase cansado em seu ímpeto! Mas,
sabiamente, como nada é para sempre, “o próprio vento”, no dizer de José
Américo, “para tornar-se amável, mudou de sexo. É brisa, o que há de mais
carinhoso na natureza livre, desimpedida e viajada, a afagar- [me] como uma
pluma macia e delicada”. Eis-me, então, aqui!<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Saibam, também, que na vida,
o que possuímos de verdade é aquilo que doamos! Aprendam a se doar livres como
as andorinhas no céu! Sem grilhões, sem cordas, sem amarras, sem muletas!<o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Enfim, façam de suas vidas
uma escalada sempre crescente, confiantes de que Deus está em cada esquina, em
cada situação, em cada gesto. Procurem, pois, decifrar a mensagem que Ele envia
para cada um de nós.<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Parabéns a todos! Sejam
felizes e continuem tocando a melodia do amor na harpa do coração. Obrigada e
um beijo maternal para cada um. <o:p></o:p></span><br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Maria Divanira de Lima
Arcoverde<o:p></o:p></span></div>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;">Campina Grande, 16 de
dezembro de 2014 <o:p></o:p></span><br />
</div>
Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-39227150790197726312012-12-05T14:48:00.001-08:002012-12-05T14:48:54.970-08:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O Querer-Dizer de Jorge Amado no viés popular<br />
<br />
Jorge, mais do que amado, se insurge como "o ícone da literatura baiana" que ultrapassa os limites dos interstícios discursivos. Considerado um escritor atemporal, suas obras atravessam o tempo e rompem barreiras geográficas, assim como seu personagens são transformados em parte indissociável da vida brasileira. Amante de expressões populares, o discurso de Jorge Amado torna-se inconfundível em suas obras literárias. Em seus propósitos de incorporação da linguagem popular, não dispensa as frases feitas,os provérbios, as gírias e os palavrões. O coloquialismo em Jorge Amado é uma marca da opção militante do escritor. Se a literatura para ele era vida, o seu querer-dizer também significava vida. Nesse processo de elaboração, Jorge Amado, para lembrar uma reflexão glissantina, "traça um risoma com o mundo, irrigando a escrita na delicada busca de deciframento do real, tanto em campo estético, quanto nos campos histórico, político e ideológico".<br />
Neste sentido, a dinamicidade da criação linguajeira de Amado, situada no universo da cultura, se dimensiona como um grande diálogo , cuja teia discursiva se desenvolve sob a base da materialidade linguística de discursos já-ditos. Assim, volvemos o nosso olhar para recortes de retomadas de enunciados populares de curta extensão, introjetados como redes de significação na obra "A morte e a morte de Quincas Berro D'Água".<br />
Os enunciados de curta extensão são expressões populares que se inscrevem no tecido literário, enquadradas como provérbios, aforismos, máximas e outras, dado o número reduzido de léxicos que mobilizam a sua organização. Na perspectiva discursiva, possuem características próprias e são reconhecidas como um "já-dito", facilmente identificáveis.<br />
Coletamos algumas expressões de nosso domínio cotidiano, tais como: "amarrados como boi na canga, osso duro de roer, vendo com o rabo do olho,prendê-lo em sete palmos de terras, chegou a sua hora derradeira, bateu as botas", entre tantas outras.<br />
Estes enunciados constituem um gênero textual distinto, por fazerem parte do "<i>Thesaurus</i>" Cultural de um determinado grupo social. A linguagem popular assume, então, no texto literário, um "entre-lugar" e faz com que Amado situe-se neste "lugar aparentemente vazio", cumprindo um ritual que instaura o interdiscurso no campo literário, onde teríamos todos os dizeres "já-ditos", em uma estratificação de enunciados que representam o dizível.<br />
Jorge Amado ancorou o seu querer-dizer, exercendo a potencialidade discursiva de todas as camadas sociais, em uso plural e dialógico. O querer-dizer de Amado, marcado por um discurso de fácil reconhecimento, é vivificado pelo pragmatismo de seu uso no horizonte social, o que faz jus ao reconhecimento de suas obras estarem incluídas numa rede social que o destaca no cenário cultural e enunciativo do Brasil e do exterior.<br />
<br />
PS- Este texto é resumo de um artigo apresentado no Colóquio Nacional : Jorge Internacionalmente Amado, promovido pela ABRAEC e PRPGL, em nov/2012.<br />
<br />
<br />
<br /></div>
Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-2227293010838728682012-12-02T01:37:00.005-08:002012-12-02T01:52:35.810-08:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Acerca dos Cursos de Letras<br />
<br />
"Curso de Letras? Pra quê?" Este é o título que Marcos Bagno usa para encetar uma "conversa" sobre a "situação catastrófica" em que se encontram os Cursos de Letras, seja em Universidades Públicas ou privadas. Segundo ele, é "doloroso" para os apaixonados pelos estudos da linguagem, admitir esta realidade! Para início da conversa, ele diz que o próprio nome "Letras" é obsoleto e denota ideias elitistas, anacrônicas, além de ideais aristocráticos e sexistas, que não se coadunam com os dias de hoje, tendo em vista o apego a paradigmas vigentes no Século XIX que assim funcionava: "Literatura oral? Nem pensar! Literatura alternativa, marginal, transgressora? Deus nos livre! Literatura de autor vivo? De jeito nenhum! Literatura escrita por mulher? Jamais!" Desta forma, ele vai elencando os modelos desta época, incluindo os "fantasmas" que diziam respeito às línguas... "O estudo das línguas mortas, dissecado em frases soltas" assemelhavam-se "com a autópsia de um cadáver" que para ele, "não é mera coincidência!"<br />
Com o advento da Linguística, no início do Século XX, imaginou-se uma grande revolução, que poderia abalar essa "arquitetura aristocrática". No entanto, lamenta o autor, no Brasil, esses estudos foram incorporados de forma desordenada. Resultava, apenas, no acréscimo de disciplinas! Por esta razão, o nome "Letras" continua intacto, havendo uma exceção para o Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da UNICAMP.<br />
Chama a atenção, ainda, o autor para os "puxadinhos" que são promovidos para adequar as novas concepções do século, transformando-se os Cursos em "verdadeiros Frankensteins acadêmicos". O resultado são turmas e mais turmas formando-se em Letras, com limitações em conhecimentos necessários, como "gramaticalização, pragmática, discurso, letramento, gênero textual,enunciação, sociocognitivismo, sociointeracionismo, sociologia da linguagem, políticas linguísticas,crioulização,diglossia, teorias da leitura, relações fala/escrita, áreas de pesquisa e de ação fundamentais para que se tenha uma visão coerente do que é uma língua e do que significa ensinar língua". Tantos outros problemas são citados pelo autor, que têm a ver com a própria estrutura dos Cursos , e outros "mais amplos e mais trágicos", como os dados do INAF (Indicador Nacional de Alfabetismo Nacional), divulgando que 75% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais. Estes dados foram publicados em 2005 e para nossa tristeza, na edição de 2012, os dados permanecem inalterados, apresentado o mesmo percentual (75%). Este quadro absolutamente precário de alfabetismo é muito preocupante! O autor nos incita a refletir sobre as questões do desprestígio da carreira docente! Direciona ara a preocupação sobre o desestímulo pela procura do magistério! Chama também para o foco do círculo vicioso da má formação de profissionais que saem "despreparados" para enfrentar a sala de aula. Diz ele, que a redução de pessoas bem formadas é cada vez menor para esta profissão! Segundo o autor, os Cursos de formação de professores são procurados cada vez mais por pessoas "originárias de grupos sociais em que as práticas letradas são restritas. E assim, forma-se a chamada bola de neve... "Vamos nos iludindo e iludindo os estudantes". Mas, o problema não está em recebermos pessoas de camadas mais desfavorecidas, alerta Bagno. Isto deve ser comemorado! O problema é não darmos a estas pessoas as condições favoráveis para superarem suas limitações.<br />
O autor conclui a conversa, relatando resultado de uma pesquisa sobre a escrita de professores de Língua Portuguesa do Distrito Federal. Pasmem! Coletou centenas de textos escritos e o resultado constata "mais de 80% de textos incompreensíveis, sem os requisitos mínimos de coesão e coerência, repletos de erros ortográficos , de pontuação, de concordância ..." Se os docentes escrevem assim, o que aprenderão os nossos alunos? <br />
É preciso, pois, que se invista em política de valorização do magistério! Necessário que saiamos do "pacto da mediocridade" em que o professor faz de conta que ensina e o aluno faz de conta que aprende. Urge uma mudança no setor educacional! Formemos uma ciranda para que todos se deem as mãos, no compromisso de cada um cumprir o seu papel social, acendendo a luz que poderá tirar o Brasil dessa escuridão!<br />
<br /></div>
Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-79252360158027858592012-07-15T06:08:00.003-07:002012-07-15T06:20:55.027-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"> De Volta àquele Bairro</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já dizia o grande José Américo: "Ninguém se perde na volta..."Mas, voltar nos remete a enredos que envolvem, muitas vezes, emoções... Voltar evoca lembranças, das quais, muitas delas, deixaram marcas e machucam feridas que nunca foram cicatrizadas... Por isto, as emoções são mais fortes e os sentimentos se aguçam numa cadeia progressiva que, somente os que experimentam estes momentos, poderão dizer da intensidade como eles são vividos...</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Foi assim, naquela manhã, ao voltar à Escola Rivanildo Arcoverde no Bairro Presidente Médici, onde morei vinte anos e partilhei efetivamente de ações que contribuíram para o seu desenvolvimento. Ali, estava eu, com minha filha Rossana, de Volta àquele Bairro, para a solenidade de Reinauguração da reforma daquele educandário que homenageia meu filho, perpetuando seu nome no frontispício daquele prédio. Mais uma solenidade, que de relance me faz recuar ao tempo e lembrar de acontecimentos passados, se por um lado tristes, por outro, a alegria de constatar o quanto meu filho era querido e amado pelas suas qualidades, pelo seus relacionamentos, pelo seu engajamento na vida sócio-cultural e pelas suas próprias idiossincrasias... Belo, por dentro e por fora, o tempo curto que lhe foi concedido aqui na terra, não impediu de que vivesse intensamente, à maneira de seu tempo, e cativasse a amizade de jovens de sua faixa etária e de pessoas de mais idade, com as quais ele conviveu e conquistou destas a sua estima. Relembrar suas "façanhas", seu riso contagiante, sua meiguice, enfim, tudo de bom que o caracterizava me conforta e me deu e dão ânimo para continuar...</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agradeço a Deus por tudo! A vida é um somatório de realizações. Um barco no qual navegamos, nem sempre em águas brandas... Mas, "navegar é preciso"! Precisamos remar, muitas vezes, contra a correnteza de águas turbulentas que atravessam o rio caudaloso da vida. Devemos conservar a Fé em Deus, que está ali, a postos, nos guiando e determinando as margens onde devemos aportar. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Agradeço sensibilizada a todos que contribuíram na imortalidade do nome de Rivanildo Arcoverde, nosso inesquecível e amado NILDO, como o chamávamos carinhosamente, em uma Unidade Escolar da Rede Pública de Campina Grande. Não poderia ser em lugar mais propício, tendo em vista que ele está venerado e homenageado por estudantes, crianças que transbordam alegria sem pensar no amanhã, que rogo a Deus, tenham um futuro brilhante. </span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-9951655404139184362012-06-03T07:19:00.003-07:002012-06-03T07:19:41.981-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Hoje, transcrevo este poema de Djalma Andrade, poeta cearense, por considerá-lo uma bela oração e comungar com as ideias do autor:</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Ato de Caridade</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que eu faça o bem , e de tal modo o faça,</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que ninguém saiba o quanto me custou.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Mãe, espero de Ti mais esta graça:</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que eu seja bom sem parecer que o sou.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que o pouco que me dês me satisfaça;</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">E se, do pouco mesmo, algum sobrou,</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que eu leve esta migalha aonde a desgraça,</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Inesperadamente, penetrou.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que a minha mesa, a mais, tenha um talher,</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que seja, minha Mãe, Senhora nossa,</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Para o pobre faminto que vier.</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que eu transponha tropeços e embaraços:</span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">Que eu não coma sozinho o pão que possa </span><br />
<span style="font-family: 'Trebuchet MS', sans-serif;">ser partido por mim em dois pedaços.</span></div>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-14134349397159069192012-05-26T16:32:00.001-07:002012-05-26T16:32:26.016-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br /></div>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-78183115879050580422012-05-26T12:22:00.001-07:002012-05-26T16:34:25.759-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<span style="font-size: large;">Os poetas não morrem!</span><br />
<span style="font-size: large;"><br /></span><br />
<span style="font-size: large;">Ao ler crônicas e mais crônicas do poeta/cronista, Robério Maracajá, na incumbência de fazer uma revisão linguística para publicação em livro (desnecessária, por sinal), voei na minha imaginação, mergulhei nas palavras, fiz malabarismos na mente e dei cambalhotas ao vento... Cheguei a uma conclusão óbvia! Os poetas não morrem! Eles viajam num tempo infinito, metaforizando suas vidas em imagens coloridas que permanecem vivas aos olhos dos leitores.</span><br />
<span style="font-size: large;">As lembranças do passado, as reminiscências da infância, os arroubos da juventude, o desfiar do presente e a esperança no porvir são transmutados para as crônicas escritas, em temas/símbolos que nos conduzem a voos em asas de borboletas, configurando as "saudades, cacimbas de chorar a vida inteira", como bem diz o poeta.</span><br />
<span style="font-size: large;">A "tarefa" tornou-se leve como plumas de pombos, arrulhando em cenas de amor... Leves, como leves e doces são as crônicas roberianas! Embebedei-me com este vinho suave, sorvi, gota a gota, os sabores desta taça, como a desejar que não chegassem ao fim... "Esvaziei-me de pedras e espinhos para encher-me de melodias e perfumes". Inebriei-me no néctar deste mel, que açucarou a minha alma e adoçou os meus sonhos.</span><br />
<span style="font-size: large;">Tudo isto me deu a certeza de que quem poetiza o que escreve, quem imortaliza suas ideias em textos, não precisa de Academia para ser imortal. Imortalizados serão na perpetuidade dos seus escritos, porque "voam os passarinhos, mas fica empoleirada a cantoria dos sabiás e dos curiós, dos canários e das patativas". Robério Maracajá é, então, duplamente imortal. </span></div>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-8156254784353925232012-05-13T12:04:00.000-07:002012-05-13T12:04:07.749-07:00<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Dia das Mães<br />
<br />
Mais um dia das Mães! Mais uma data que nos traz lembranças, saudades... No entanto, "viver é preciso..."<br />
Por isto, acordei cedo e como costumeiramente faço, tomei meu café, interrompido por um chamado à porta. Era um mensageiro com rosas vermelhas e um cartão com palavras amáveis... A emoção toma conta de mim. As lágrimas inundaram meu rosto! Não tem jeito! Continuo a chorona de sempre... Mal sabia eu que, além das flores e os presentes recebidos, eu vivenciaria uma emoção maior ao ler a crônica enviada por Rossana, escrita talentosamente, com a linguagem do coração e burilada com as tintas do amor... Chorei novamente! Como evitar as lágrimas, quando palavras são eivadas de carinho e afetividade, que chegam a vincar dentro de nós, marcas profundas de gratidão e respeito? Como não transbordar o sentimento do bem querer com alguém que se desmancha em carinhos e hiperbolicamente nos atribui qualidades que vão além do que imaginamos ou merecemos? Não tem jeito! As lágrimas vêm e lavam a nossa alma, como um signo que evoca os demais para significarem toda a nossa alegria por receber tanto afeto...<br />
<br />
Não posso deixar de registrar aqui, palavras de carinho que, entre outras, já estão gravadas no coração:<br />
(...) De minha janela, percebi naquele brilho a beleza de um PORVIR e de um dia que recomeça calmo e tranquilo. Senti naquela luz, amena e serena, a doce alegria de TER e SER Mãe. Em minha mente, instaurou-se a imagem de minha Mãe Divanira como um SOL: brilho próprio, forte e bela, iluminando a todos a cada dia, com seus exemplos de vida, seu jeito singular de ser e de uma dedicação e amor incondicional a seus filhos (...).<br />
<br />
A crônica se extende e, à medida que prossegue, me dá a certeza do bem maior que é ter a ventura de gerar filhos abençoados pela graça divina, que nos enchem de orgulho, por serem abnegados, inteligentes, capazes e, acima de tudo, dignos! Resta-me somente agradecer a Deus por tantos benefícios. Obrigada, Senhor! Eu te louvo e te glorifico!<br />
<br />
<br /></div>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-82409155670657309082012-03-08T10:44:00.008-08:002012-03-21T07:00:50.107-07:00Dia da MulherDesde ontem que recebo mensagens carinhosas pelo dia da Mulher. Realmente, este dia deve ser cultuado! Uma, especialmente, me emocionou, pois o remetente é o meu neto primeiro. Aquele que preencheu os meus vazios no ano que meu filho caçula partiu para os espaços celestiais... Mas, voltando à temática, gostaria de registrar que ser mulher me enche de orgulho, me proporciona alegrias e me envaidece por ter feito e continuar fazendo o possível, e quem sabe, o impossível, para dignificar o gênero ao qual pertenço.<br />Como tantas outras, sou Maria e acredito que isto me energiza, pois tenho a proteção da mais digna de todas as mulheres, a VIRGEM MARIA. A Maria do SIM incondicional e exemplo maior de entrega total e de humildade. Mas, ser humilde não é submeter-se a tudo e sofrer resignada vendo o trem da história passar.<br />Ser Mulher hoje é participar ativamente das mudanças sociais, é avançar com os paradigmas que são transmutados, é seguir adiante, contribuindo de alguma forma com as novas questões políticas e sociais que são postas. È ir à luta quebrando os limites, ultrapassando barreiras e incorporando competências, antes fora de seus domínios.<br />Alegramo-nos, pois, com a emancipação da Mulher nos vários setores, rompendo radicalmente com modelos ultrapassados que restringiam os papéis sociais da mulher em vários aspectos.<br />Portanto, salve, salve, a Mulher!<br />Mulher que abarca práticas teóricas e culturais num mundo cada vez mais interligado pelas redes planetárias de comunicação, marcado pela proclamada supremacia das imagens, da mídia, da informática, da informação rápida e da ausência de fronteiras.<br />Mulheres guerreiras, heroínas e vitoriosas. Somos, realmente, merecedoras de aplausos!Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-19274336750304324802011-10-23T05:11:00.000-07:002011-11-26T01:19:58.322-08:00O Ipê do meu quintalAcordei hoje cedo! Abri a janela do meu quarto. Meus olhos encheram-se! Meus ouvidos foram premiados! As flores do meu Ipê ficaram mais belas com o gorjeio de dois pássaros que nele pousaram. A linguagem cromática mesclava-se entre o roxo do ipê e o colorido dos pássaros numa sintonia irradiante! Os raios do sol espraiavam luz naquele cenário de cor e som. Meus olhos brilhavam e meu coração palpitava. Emoção demais para um domingo que se prenunciava dos mais belos!<br />Associei essa imagem a uma melodia que gosto muito: "<em>Quanta luz neste ambiente, descendo</em> <em>sobre nós, vibrando em nossas mentes..."</em> .<br />Senti-me agraciada e cheia de esperança. Senti-me, também, enriquecida por poder desfrutar desse potencial que a natureza me ofereceu. São imagens como essa que me oportunizam a semiotização de signos verdadeiros e semanticamente valiosos. Minha alma inundou-se de paz, por meio das leituras múltiplas que fiz naquele instante... Recolhi-me na minha insignificância humana, diante da grandiosidade daquele espetáculo ímpar da natureza!<br />Agradeci a Deus, naquele momento, por verificar, que apesar da degradação do meio ambiente, ainda nos é dado a ventura de presenciar cenas de tamanho valor.Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-53376838748274173012011-08-21T10:18:00.000-07:002011-08-21T15:36:24.612-07:00Os provérbios nas tramas da linguagem<span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Refletir sobre os provérbios nas tramas da linguagem nos faz pensar sobre as formações da vida no cotidiano e nas interações verbais que se instauram entre interlocutores. Mergulhar nesses enunciados, cujos fios se sobrepõem e se enredam, como a fluir enunciativamente ou a se desalinhar no processo de nosso conhecimento, faz com que nos aproximemos dos vários sentidos que essas produções evocam. Poderíamos dizer que <em>"Água mole em pedra dura tanto</em> <em>bate até que fura</em>?" O que sabemos é que essas variadas construções do inconsciente coletivo, presentes nas interações cotidianas nos aguçam para a observação e reflexões que estabelecem novos diálogos. </span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Dessa forma, esta linguagem cotidiana, usada nos diferentes contextos e gêneros textuais, vai tecendo as inúmeras tramas que possibilitam o diálogo na abertura de fios que se entrelaçam na configuração dos discursos. É nessa perspectiva que os provérbios se constituem, fazendo parte de uma pluralidade cultural, que não pode ser hierarquicamente ordenada ou privilegiada, mas respeitada pela sua inviolável diversidade de modo de ser, de se manifestar culturalmente.</span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Os provérbios, considerados como um discurso "sui-gêneris", podem ser vinculados às tramas da linguagem como uma produção plural e dialógica, pois o outro impõe sua alteridade irredutível sobre o eu que se constitui e tem que abrir caminhos em um espaço que já pertence a outros. </span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Assim, os provérbios que andam de boca em boca, ou seja, <em>"de porta em porta, como a medalha milagrosa</em>", pois "<em>da moita que não se espera é que sai coelho</em>", são comprovadamente, enunciados plurais e dialógicos, como retrato vivo da sabedoria popular, em cujas tramas apresentam "<em>panos para as mangas</em>", que podem ser costurados com suas próprias linhas. Como dizem os mais velhos que "<em>a voz do povo é a voz de Deus",</em> podemos considerar, pelo viés teórico bahkthiniano, que os provérbios funcionam como célula geradora do discurso dialógico.</span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">É nesse sentido que circunscrevemos os provérbios, reconhecendo sua importância no cenário cultural e enunciativo, pois eles estão presentes em todos os contextos de enunciação, quer seja em conversas informais, em textos publicitários, jornalísticos, políticos, novelas, poemas, romances, contos etc, "<em>cada um puxando brasa pra sua sardinha</em>".</span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Existem provérbios para todos os gostos e ocasião. Em "<em>pedra que rola não cria limo</em>", o provérbio não tem marca pessoal; já em "<em>mulher é como estrada, sendo boa é perigosa</em>" ou "<em>sogra não é parente, é castigo</em>" existe marca designando pessoas. Há, ainda, os que apresentam marcas indefinidas, como "<em>quem tudo quer, tudo perde</em>" ou "<em>cada macaco no seu galho</em>". Outros se prestam a aconselhamentos, como dizia meu avô paterno: "<em>Os de casa assam, mas não</em> <em>comem; os de fora comem cru</em>". Alguns aparecem, ainda, como substitutivos de pessoas: <em>"Cabaça que leva leite nunca</em> <em>mais tira a catinga</em>", e assim por diante. Não nos alongamos neste texto, pois "<em>cautela e caldo de galinha não fazem</em> <em>mal a ninguém</em>"...</span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Vale registrar, também, que nas tramas da linguagem, constatamos os contra-provérbios ou provérbios alterados, se configurando como um interdiscurso, desdobrado em torno de outros campos discursivos, chegando a ser plolêmicos ou humorísticos. Por exemplo: "<em>Quando um não quer, o outro insiste</em>; "<em>quem dá a pobre paga a conta do motel</em>"; "<em>quem dá</em>, <em>engravida</em>"; "<em>gato escaldao, morre</em>; "<em>quem cedo madruga, fica com sono</em>".</span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Como vimos,os provérbios são construções heterogêneas, interdiscursivamente intercalados em outros gêneros, resultado de uma autoria anônima e fortemente ligados à tradição popular. Afirmamos, portanto, que é difícil não se reconhecer um provérbio, pois, "<em>não se compram gatos por lebres</em>" e "d<em>e boca em boca é que se vai à Roma</em>".</span>
<br /><span style="font-family:Trebuchet MS;font-size:85%;">Enfim, "<em>o pior cego é aquele que não quer ver".</em></span>
<br />Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-82864442363856591242011-07-19T07:38:00.000-07:002011-07-19T08:10:56.627-07:00A imagem da mulher nos enunciados proverbiaisHá poucos dias, apresentamos comunicação, do GT "Identidades de Gêneros excluídas: o preconceito na literatura e na cultura", em Colóquio Nacional, organizado pelo PPGLI, do Departamento de Letras/UEPB. Naquela ocasião, mostramos que a bipolaridade feminino/masculino visa à determinação de lugares sociais para homens e mulheres e se efetiva nas práticas discursivas. Enfatizamos que o discurso não só representa a sociedade, como também a constrói e a constitui. O discurso com sua força ideológica é normatizador da vida social, legitimando valores, conceitos, crenças e possibilidades de ser e agir.<br />Particularmente, em relação à mulher, o discurso proverbial, por ser considerado um esteriótipo cultural, incide sobre a imagem da mulher, e, muitas vezes, sustenta crenças, convicções, superstições e preconceitos.<br />Assim, expomos o resultado de uma investigação feita sobre os enunciados proverbiais que circulam como agentes fragmentadores da imagem da mulher, (mulher feia, mulher infiel, mulher como objeto de satisfação sexual, mulher velha etc.), refletindo como esse discurso, a partir da memória discursiva, se torna constitutivo dessa construção social.<br />Chegamos à conclusão de que o papel da linguagem como processo de construção de sentidos é básico para formar, tanto a subjetividade, quanto à identidade. É preciso, pois, instalar um discurso de resistência a todo e qualquer discurso esteriotipado que possa revelar representações que extrapolam argumentações pré-concebidas e se tornam veiculadoras de um paradigma pejorativo sobre a imagem da mulher.<br />Defendemos, portanto, o discurso que não seja fragmentador da imagem da mulher. Um discurso que respeite a mulher, que a veja forte e destemida, em confronto com um mundo instável, fragmentado e em crise de valores. Acreditamos que é nesse contexto da sociedade contemporânea, que a mulher se firma, ascendendo em todas as esferas sociais, assumindo sua<br />nova imagem e perseguindo trilhas em outra direção.Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-55286292466002329042011-07-16T10:02:00.000-07:002011-07-16T13:27:58.504-07:00COISAS DA LÍNGUARecebi este texto e achei interessante publicá-lo. Aliás, a Revista "Língua Portuguesa" já abordou este tema, mostrando o uso "vicário" dessa palavra. "Coisas" da riqueza de nossa língua que, em sua plurivalência, nos oportuniza utilizá-la das mais variadas formas e nos seus múltiplos usos.<br /><br />MAS QUE COISA!<br /><br />Para quem gosta da Língua Portuguesa, curiosidade como esta é interessante. Acompanhe o texto e veja que "coisa estranha" para se pensar.<br />O substantivo "coisa" assumiu tantos valores que cabe em quase todas as situações cotidianas .<br />A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.<br />A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar ”.<br />Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.<br />Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.<br />Em Minas Gerais , todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".<br />Devido lugar<br />"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).<br />Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".<br />Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB.<br />No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".<br />Cheio das coisas<br />As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa... Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."<br />Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.<br />A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!<br />Coisa à toa<br />Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".<br />Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.<br />Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.<br />Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas"...<br />Entendeu o espírito da coisa?<br /><br />Autor: Desconhecido.Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-87189983828604422912011-05-14T13:54:00.000-07:002011-05-14T14:02:04.896-07:00LágrimasAcordei com vontade de chorar!<br />Acho bom chorar!<br />As lágrimas lavam a alma,<br />Libertam as emoções...<br />De repente, recebo uma boa notícia!<br />Seriam as lágrimas prenúncio de um bem?<br />Não sabemos! O que é certo é que elas brotam lá do íntimo...<br />Lágrimas! Podem ser de tristeza ou de alegria...<br />Como as flores, estão presentes em qualquer situação.<br />Que venham sempre as lágrimas de alegria.<br />É o que te peço sempre, Senhor Jesus!Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-73782383691914108662011-05-08T17:47:00.000-07:002011-05-08T18:18:01.354-07:00Família ReunidaOs dias das Mães que, coincidentemente, acontecem na data oito de maio, geralmente, me deixam muito triste, por ser exatamente nesta data, dia das Mães, que Julieta, minha venerada Mãe partiu... No entanto, hoje, extranhamente, contive as emoções, a saudade, e o sentimento de "perda", tanto da mãe querida, como do filho amado que também está "do lado de lá"...<br /><br />Resolvemos todos almoçar em casa, no aconchego da família. Filhos e netos juntos (exceto os de Cuiabá), mesa farta, graças a Deus, consegui alegrar-me ao ver minha casa cheia e cercada do que há de mais precioso para mim, a família.<br /><br />As conversas amenas, os comentários bem humorados, os sorrisos nos rostos, tudo fazia com que celebrássemos aquela data com simplicidade, mas com grandeza de alma. Aquele instante, para mim, superou até os presentes recebidos e as flores que vieram acordar-me...<br /><br />Além disso, os telefonemas de meu irmão Djalma e minha irmã Albani, oportunizaram a dimensão semântica da palavra afeto, nas trocas fraternas que simbolizaram o nosso sentimento maior, o nosso grande amor à nossa mãe e a gigantesca falta que se fazem elos a nos unir na grande corrente da saudade...<br /><br />À tardinha fui à missa! Orei, agradecida, pelos "benefícios de Deus" na minha vida. Obrigada, Senhor!Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-1910462371131460062011-05-08T17:26:00.000-07:002011-05-08T17:38:23.036-07:00Poeminhas de Mário QuintanaVale a pena transcrever estes "poeminhas" de Mário Quintana, pela grandiosidade de seus significados. Vejamos:<br />Das Utopias<br /><br />Se as coisas são inatingíveis... Ora!<br />Não é motivo para não querê-las...<br />Que triste os caminhos, se não fora<br />A mágica presença das estrelas!<br /><br />Poeminha do Contra<br /><br />Todos estes que aí estão<br />Atravancando o meu caminho,<br />Eles passarão.<br />Eu passarinho!Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-2269350086417377402011-05-02T06:40:00.000-07:002011-05-04T07:39:15.515-07:00Às MulheresO mês de maio se inicia. Cognominado como mês de Maria, das mães, das flores, das noivas...<br />Eu diria, não só de Maria Santíssima, mas de todas as Marias, generalizando-as como Mulher.<br />As Marias brancas/ pretas/índias, de todas as etnias. As Marias pobres/ricas/poderosas ou sem poder algum... As Marias jovens/idosas/envelhecidas pelo tempo ou não... A todas as Marias, sem nenhum preconceito... Mas, primordialmente, as Marias que são consideradas incapazes por não terem a juventude aflorada em seu físico, esquecendo-se alguns que ser jovem é ter no espírito o vigor, a sensibilidade e o respeito que muitos não têm a capacidade de ter...<br /><br />Neste mês, quero dedicar a todas essas Marias desreipeitadas, ultrajadas, vítimas de preconceitos, este poema que, por si só, pela grandeza de sua autoria, de seu conteúdo, com certeza, calará vozes, que movidas não se sabe por quais sentimentos, externizam ideias que melhor seria não serem exteriorizadas, mas continuarem silentes para não ferir quem as ouve...<br /><br /><span style="color:#000000;">Eis o poema, de autoria de Madre Teresa de Calcutá, que faço dele as minhas palavras:</span><br /><span style="color:#009900;"></span><br /><span style="color:#009900;">Tens sempre presente que a pele se enruga,</span><br /><span style="color:#009900;">o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...</span><br /><span style="color:#009900;">Mas, o que é mais importante não muda;</span><br /><span style="color:#009900;">A tua força e a tua convicção não têm idade.</span><br /><span style="color:#009900;">O teu espírito é como qualquer teia de aranha.</span><br /><span style="color:#009900;">Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.</span><br /><span style="color:#009900;">Atrás de cada conquista vem um desafio.</span><br /><span style="color:#009900;">Enquanto estiveres viva, sente-te viva.</span><br /><span style="color:#009900;">Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.</span><br /><span style="color:#009900;">Não vivas de fotografias amarelecidas...</span><br /><span style="color:#009900;">Continua, quando esperam que desistas.</span><br /><span style="color:#009900;">Não deixe que enferruje o ferro que existe em ti.</span><br /><span style="color:#009900;">Faz com que, em vez de pena, te tenham respeito.</span><br /><span style="color:#009900;">Quando não conseguires correr através dos anos,</span><br /><span style="color:#009900;">Trota</span><br /><span style="color:#009900;">Quando, não conseguires trotar, Caminha!</span><br /><span style="color:#009900;">Quando não conseguires caminhar,usa uma bengala.</span><br /><span style="color:#009900;">Mas, nunca te detenhas!!!</span><br /><br /><span style="color:#009900;"></span>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-24704880079470057362011-04-21T15:33:00.000-07:002011-04-21T16:35:35.621-07:00Construindo CastelosEsta semana refleti comigo mesma acerca do que havia lido no livro "Nunca desista dos seus sonhos", de Augusto Cury. Diz ele que "se você tiver grandes sonhos, seus desafios produzirão oportunidades e seus medos produzirão coragem". Foi o que aconteceu comigo.<br /><br />Incentivada por amigas verdadeiras, decidi-me a concorrer a uma vaga no Doutorado em Literatura e Interculturalidade do Departamento de Letras da UEPB. Movida pela paixão aos estudos e a vontade férrea de tornar-me uma pesquisadora de fato e de direito, enfrentei mais este desafio em minha vida.<br /><br />Só havia, então, uma possibilidade de conseguir tal intento. Entregar-me decididamente aos estudos para o enfrentamento das três fases eliminatórias da seleção (Prova Escrita, Projeto e Entrevista) e, ainda de quebra, a proficiência em Língua Estrangeira. Sabia por antecipação dos obstáculos que teria de transpor, tendo em vista que estaria concorrendo com pessoas, talvez, com mais condições que eu e por enveredar em uma área que não era a que eu trabalhava há muitos anos. No entanto, pensei comigo mesma, que sem enfrentar riscos, não vamos a lugar algum. Muitas vezes, é preciso derrubar "os monstros imaginários" que se alojam em nossas mentes e dilaceram nossos sonhos.<br /><br />Assim o fiz. Abracei esse sonho, empoderei-me desse objetivo e fui à luta. Felizes dos que encontram a coragem para lutar e tornam os seus sonhos em realidade, "aprendendo a ser líderes de si mesmo".<br /><br />Mergulhei tenazmente no meu propósito de vida. Louvo a Deus pela vitória! Irei reconstruir uma trajetória, em cujo hiato, nunca deixei que os vazios não fossem preenchidos ou que a inércia tomasse conta de mim. Sempre vislumbrei auroras e toquei sinfonias que pudessem delinear novos horizontes.<br /><br />Hoje, tenho a certeza, de que a cada dia que se vive, um sol iluminado ressurge e seus raios reenergizam os que acreditam em um porvir venturoso que pode resgatar o prazer de viver e o sentido da vida.<br /><br />Tenho plena convicção dos percalços e responsabilidades que me aguardam. Entretanto, sei da minha garra, da vontade de vencer e a grande Fé em Deus, que nunca me faltou. Sei também, que a vida é uma maratona, cujo percurso devemos nos arriscar a percorrer. E diante das incertezas e contingências, olhar para frente e dar sempre um passo a mais é o que se deve fazer.<br /><br />Nesse sentido, como sempre digo, Deus e o tempo são os senhores de todas as coisas. O tempo passa de todo jeito. Quer façamos ou não alguma atividade. Assim, os caminhos existem para ser trilhados, as pedras do caminho para ser retiradas, as barreiras para ser transpostas e os castelos para ser construídos.Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-65188631576076836632011-04-16T13:51:00.000-07:002012-05-26T16:46:19.725-07:00Uma doce "tarefa"<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Há alguns dias, fui convidada para participar de uma Comissão composta pelos professores Profª Drª Elizabeth Marinheiro, Profª Drª Goretti Ribeiro e Prof. Ms. José Mário. A essa Comissão caberia a incumbência de selecionar Crônicas de Robério Maracajá para publicação de um livro. Senti-me agraciada por ser lembrada para tão doce "tarefa"! Ler já é uma atividade prazerosa! Imaginem ler Crônicas de tão competente escritor! Mãos à obra, então, olhos ávidos e mente aguçada para tão nobre ofício. Sabia eu, de antemão, que iria ter uma grande dificuldade, ou seja, realizar uma filtragem da coletânea que me fora entregue, pois com certeza, ali já se compunha o que há de melhor. Iniciamos a leitura e a cada crônica lida o prazer "barthesiano" se instaurava e se constituia no "aliciamento das emoções" e a convicção plena de que os poetas não morrem. Voam em busca das estrelas e procuram um arco-íris para aninhar-se no multicolorido de seus arcos. Assim, a cada leitura, o prazer se renovava, fazendo-me degustar e sentir a doçura daqueles textos que se transformavam num banquete, no qual eu me saciava... Ato, não só de prazer, mas de sedução. Ler Robério Maracajá foi comungar e sonhar "fazendo a vida com a sofreguidão de quem faz o amor." Foi uma doce "tarefa", colaborando com um projeto que eterniza a sua voz e faz do ontem o hoje, pois o texto é atemporal, fazendo jus ao que ele afirmou em uma de suas Crônicas: "É acalentador descobrir-se que há no mundo momentos, que não buscamos e que nos chegam sem que os procuremos, porque sempre estivemos ali."</div>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-66052094420564720222010-11-12T11:02:00.000-08:002011-02-05T06:27:31.346-08:00Ponto de VistaQuando estudante de Curso Normal, em um certo dia, fui incubida de escrever sobre o tema "A verdade". Já comentei, algumas vezes, com meus alunos, a dificuldade de se escrever sobre tema tão abstrato.<br /><br />Num misto de surpresa e alegria, recebo o livro " Letras e Vozes - Vol. II", organizado pelo Colégio Motiva, que publica entre outros textos, "Fidelidade Versus Felicidade", de autoria do meu neto Túlio Arcoverde. Tema também abstrato, me chama a atenção a maturidade com que Túlio versa essa temática. Argumenta ele que nem sempre "ser fiel é a chave para um relacionamento feliz e seguro". Para ele, a regra de ser fiel e não se separar pode levar um casal "a amargar suas vidas por muitos anos". Enfatiza ele, que o importante é seguir à risca a máxima de Vinicius de Morais: "Que seja infinito enquanto dure..."<br /><br />Impressiona-me, sobremaneira, um adolescente de apenas 15 anos, ter ideias tão firmadas e argumentos tão fortes para um tema tão sério e polêmico como este. Sabemos que não é facil escrever, expor opiniões e pontos de vista, e por isto, o meu orgulho de ser avó de um jovem que tem tudo para ser um escritor em potencial. Que me desculpem a corujice, mas deixando à parte esse lado, posso afirmar com convicçao de que vale a pena investir nesse menino/homem! E aqui, valem a voz e o olhar da Professora de Produção Textual, e não mais, os da avó.<br /><br />Parabéns Colégio Motiva, pela iniciativa! Parabéns professores, pelas orientações cuidadosas! Parabéns Túlio, pela competência! Você nos envaidece! Pelo jovem seguro que é! Por sua sensatez constante! Por sua gentileza de menino educado! Pelo afeto e generosidade de sempre! Por sua beleza física, mas principalmente, por sua beleza interior.<br /><br />Continue nessa busca constante de sempre ter o que dizer e a quem dizer e, certamente, não faltarão letras e vozes para que você externe seus pontos de vista.Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-10619591686374563402010-10-23T16:03:00.000-07:002010-11-04T11:14:55.839-07:00Centenário de Julieta de Lima e Costa<span style="font-family:trebuchet ms;">Nada, nem ninguém apagam a História. Ela é um registro vivo de tudo que aconteceu na vida de alguém. Felizes os que têm histórias pra contar ou serem contadas. Os que passam pela vida e deixam marcos históricos são privilegiados. Agradecemos, portanto, a Deus por nossa Mãe, Julieta, ter tido o privilégio de ser reverenciada pelos seus feitos e pela História que construiu como Mãe, Mulher e Profissional. Como Mulher, foi companheira devotada e a dignidade personalizada na edificação do lar; como Mãe, foi a genitora dedicada e generosa que deixou como herança um modelo a ser seguido; como Educadora, plantou sementes que frutificaram de forma extraordinária! </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidZhRXXyi16mb8PwxuMP9HhwqKGtEWFKwo9NlhWa_v_QX-MWpY6sRTA8HoMpsyBlHp3-3NM6Py-C6irgZF8lmVDe-DebifCHpAT1ob2IIHuwJ-w0nmLRtE4TpC67PPHr2ggHAXFVVGYw/s1600/livro+Julieta.jpg"><span style="font-family:trebuchet ms;"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 142px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5531383029002066210" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidZhRXXyi16mb8PwxuMP9HhwqKGtEWFKwo9NlhWa_v_QX-MWpY6sRTA8HoMpsyBlHp3-3NM6Py-C6irgZF8lmVDe-DebifCHpAT1ob2IIHuwJ-w0nmLRtE4TpC67PPHr2ggHAXFVVGYw/s200/livro+Julieta.jpg" /></span></a><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">A constatação disso se deu por ocasião do lançamento do livro “<strong>Bordados de uma vida – Julieta de Lima e Costa</strong>”, em Nova Floresta, no dia 06 de outubro de 2010. É inegável a demonstração de carinho das pessoas, naquela solenidade que homenageava a inesquecível professora, mãe, avó, tia, amiga! Familiares e amigos se irmanaram numa comunhão fraterna e solidária de declaração de amor e exaltação àquela que só fez o bem.<br />A programação, organizada por Lourdes Barreto e Lourdes Belo, (sobrinhas de papai) a começar pela missa solene, nos comoveu pela representatividade e beleza em seus mínimos detalhes. A Igreja estava repleta de pessoas de Nova Floresta e Cuité que rogavam ao Senhor luz para aquela que colaborou com a construção daquele templo e que louvavam também por poderem prestar essa homenagem junto a seus filhos e familiares. Orações, flores e músicas, em verdadeira simbiose, espelhavam um único sentimento, num misto de saudade e gratidão, cujas emoções eram retratadas pelas lágrimas que, teimosamente, fluíam dos olhos de muitos.<br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;">Após a missa, as emoções continuaram quando, no salão paroquial, uma mesa forrada com uma toalha, bordada por Julieta e ornamentada com rosas vermelhas e “carinho de mãe”, servia de suporte para os exemplares do livro que seria lançado. Os “slides” preparados por Rossana </span><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhi01BNfatXiYPwlt7vbMcO5dxKh2CaXQbYYALkjcgHeTgeVccJZhpEpWv8p3fjA6sCTkRtaC3jTRDcDGqUJkG0JTxhbMoKEDV_8YgzWeUMl-PQ8qDQpyup1iXOHfN_jKbb5PKE-9r4g/s1600/Julieta+slide.jpg"><span style="font-family:trebuchet ms;"><img style="MARGIN: 0px 0px 10px 10px; WIDTH: 150px; FLOAT: right; HEIGHT: 200px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5531384090279402306" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhi01BNfatXiYPwlt7vbMcO5dxKh2CaXQbYYALkjcgHeTgeVccJZhpEpWv8p3fjA6sCTkRtaC3jTRDcDGqUJkG0JTxhbMoKEDV_8YgzWeUMl-PQ8qDQpyup1iXOHfN_jKbb5PKE-9r4g/s200/Julieta+slide.jpg" /></span></a><span style="font-family:trebuchet ms;">Arcoverde, sua neta, preenchiam aquele ambiente com uma atmosfera afetiva que acompanhado pela sintonia daqueles jovens flautistas tocando “A montanha”, nos enlevava para outras dimensões...<br /></span><br /><div align="right"><span style="font-family:trebuchet ms;">Muitos foram os depoimentos de familiares e ex-alunos e as nossas palavras naquele momento jamais poderiam externar o nosso sentimento de gratidão a todos que colaboraram para o enriquecimento daquela solenidade com suas presenças e suas ações.</span> </div><br /><p align="left"><span style="font-family:trebuchet ms;">Naquele ambiente, uma pluralidade de linguagens testemunhava o grande amor que as pessoas devotaram a Julieta, chamada por muitos de Etinha. Era a festa da palavra, enriquecida pela música, pelas imagens e por gestos que irão perpetuar-se no coração de seus filhos, netos e bisnetos.<br />Todos nós da família nos sentimos extremamente gratificados e agradecidos a Deus por nos premiar com esta dádiva.<br />O nosso preito de gratidão ficará gravado em nossas mentes para sempre! </span></p><p align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;">Obrigada Nova Floresta! Obrigada Cuité!</span></p>Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-53528297381228634092010-10-23T09:33:00.000-07:002010-10-23T09:41:06.626-07:00AniversárioPus todas as flores do canteiro<br />Na sala de estar<br />O perfume inebriou todo o espaço<br />O meu ser transbordou de alegria<br /><br />Comemorei aquela data com fervor<br />Era a data de seu aniversário<br />E os pássaros cantavam pra você<br />A melodia que eu quis compor<br /><br />Lá no céu com certeza os anjos também cantam<br />Entoando parabéns para outro anjo<br />Pois anjo, filho amado, você é<br /><br />Que a sua luz irradie as nossas vidas<br />Que brilhes cada dia, mais e mais<br />Para consolo desse coração de Mãe!Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-80136409962332223542010-08-21T13:54:00.000-07:002010-08-21T14:47:25.931-07:00O Simpósio de Literaturas Africanas.O Simpósio Internacional de Literatura Africanas, acontecido recentemente por iniciativa do PEN CLUB do Brasil - Seccional da Paraíba e sob os auspícios do Centro Campinense de Estudos Africanos, nos oportunizou bons momentos poéticos. Contando com o apoio da UEPB e da Rede Paraíba de Televisão, o evento foi idealizado pela Profª Drª Elizabeth Marinheiro e realizado no Departamento de Letras.<br /><br />Os Escritores João Melo, Marta Santos e João Maiona são membros da União dos Escritores Angolanos e foram as "estrelas" do evento. No entanto, chamou-me a atenção a sensibilidade do poeta João Maiona. Relatou ele ter nascido no Norte da Angola. Lá havia muita violência e era uma época conturbada. Filho de pais muito pobres, pai empregado na casa de portugueses e mãe analfabeta, teve uma infância muito difícil. Frequentou Escola Católica e sua formação foi toda em língua francesa. Somente aos quatorze anos é que teve contato com a língua de Camões. Disse ele, que um dia, na missa, encontrou duas "madres" e nesse contato contínuo, aprendeu português. Nunca frequentou escolas para estudar português. (Emocionou-se ao contar esta história).<br /><br />Começou a trabalhar, ganhou dinheiro e "viveu" o que não tinha vivido até então! Depois largou tudo e foi para o Sul da Angola. Resolveu continuar os estudos e foi para a França, onde ganhou uma bolsa de estudos. Os "ensaios" que escrevia chamavam a atenção dos professores que diziam ser ele um poeta! <br /><br />Em 1980, com a influência de Carlos Drummond de Andrade, começou a escrever poemas. Constatou então que estava alcançando seus objetivos. Do poema "Ó Angola meu berço do Infinito", recortei alguns versos que me tocaram:<br /><br /> " Ó Angola meu berço do Infinito/meu rio da aurora/minha fonte do crepúsculo/Aprendi a angolar/pelas terras obedientes de Maquela/(onde nasci)(...) Angolei contigo nas sendas do incêndio/onde os teus filhos comeram balas/ e regurgitaram sangue torturado/onde os teus filhos transformaram a epiderme em cinzas/onde das lágrimas de crianças crucuficadas/nasceram raças de cantos de vitória/raças de perfumes de alegria/(...) (Angola meu fragmento de esperança)/deixai-me beber nas minhas mãos/a esperança dos teus passos/nos caminhos de amanhã/ e na sombra d'árvore esplendorosa."<br /><br />Nada melhor do que poemas para alimentar o nosso espírito... Viva a poesia!Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8000376287005363.post-87583151008059235602010-08-20T05:38:00.000-07:002010-08-20T05:53:06.555-07:00LembrançasAh! primaveras floris <br />Onde passei a minha infância<br />Oh! prados e campinas<br />Onde "curti" a minha juventude<br /><br />Onde ficaram plantadas as lembranças<br />Para onde foram as minhas esperanças<br />O que restou de nós<br /><br />Vejo meu rosto cansado<br />As rugas refletindo todo um passado<br />Me causando saudade e nada mais...Divanira Arcoverdehttp://www.blogger.com/profile/07396544873037216722noreply@blogger.com0