sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Projeto "Seis e Meia"

Participei do Projeto "Seis e meia", tão bem pensado pela Secretaria de Educação e Cultura do município, nesta última quinta-feira(25/09/08), para ouvir Adilson Ramos. Que beleza! O cantor que revela ter quarenta e oito anos de sucesso, me surpreendeu pela potência da sua voz, resistência física e grande poder de interatividade. Como ele mesmo afirmou, parecia estarmos em sua casa, numa roda de amigos, tão forte era a sua aproximação com o público.

Ao cantar suas músicas de maior sucesso, aquele artista conseguiu orquestrar um grande coro que, segundo ele, afinadíssimo, vibrava e dançava, quem sabe, muitos de nós, recordando momentos de outrora... Um público eclético, entre jovens, adultos e pessoas da terceira idade, se enterneceram naquele momento de "curtição", demonstrando o poder que a música tem de unir pessoas, de atravessar o tempo, de ultrapassar barreiras, de vencer obstáculos... Todos eufóricos, contagiados pela energia do cantor, pareciam formar uma grande ciranda, onde naquele espaço de cultura e lazer, se confraternizavam num misto de alegria e ternura. Palco e platéia se confundiam, num amálgama fantástico de musicalidade e animação contagiantes.

Assim, mais uma vez, constatávamos que os bons momentos são para ser vividos, aproveitados e "saboreados". Se aquele momento propiciou um diálogo do passado com o presente, não importa! Um diálogo com a realidade e a fantasia, que bom! Um diálogo com a saudade e o que estará por vir, quem sabe? Para cada espectador que ali estava, foram muitas as emoções e variados os sentimentos... Os paradoxos da alma humana também devem ter rondado alguns. O importante é que aquelas horas passaram rapidamente, como se todos, em coro uníssono, dissessem: "Por que não pára relógio?"

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

II Encontro de Educação Profissional

Juntamente com outras colegas, participamos neste final de semana do II Encontro da Educação Profissional, na cidade de Bananeiras. Só aquela vista serrana, coroada por paisagens belíssimas, o extenso verde e o vislumbre da Catedral daquela cidade já valeram a pena... Hospedadas no Hotel da Estação, naquele frio gostoso do Brejo, nos fez relembrar tempos de outrora, quando eu residia em Solânea... Mas, vamos ao que interessa: O Encontro. Organizado pela Coordenação Geral do Curso de Especialização de Educação Profissional de Jovens e Adultos, do Centro de Ciências Humanas Sociais e Agrária da UFPB, teve como tema "Educação Profissional como Mecanismo de Inclusão Social". Tudo muito organizado, com uma programação acadêmica muito boa, tivemos a oportunidade, dentre vários palestrantes, de nos deliciarmos com a fala descontraída e interativa do prof. Dr.Gaudêncio Frigotto da UERJ, que por duas horas conseguiu firmar a atenção de um público atento , silencioso e fiel ao que ouvia. Sua palestra, intitulada "Capitalismo dependente de desenvolvimento desigual combinado e os desafios da Educação e qualificação profissional inclusivas", a princípio, pela nomenclatura, pensei que seria desagradável. No entanto, a versatilidade do professor, seu conhecimento eclético, dosado de muito bom humor, extrapolou a todas expectativas, e fez com que todo aquele auditório, repleto de alunos e professores, permanecesse totalmente cheio. Uma das questões importantes que o Frigotto colocou foi sobre " o aparente paradoxo que se repete ciclicamente no Brasil, relacionado à constatação, pela burguesia brasileira, da falta de trabalhadores qualificados , especialmente, para trabalhos complexos." Tanto mais paradoxal, quanto diferente é o fato de constatarmos que enquanto faltam trabalhadores, inúmeros jovens padecem pela falta de emprego. O autor nos fazia refletir sobre a configuração de uma situação de eterna postergação de fundo público para desenvolver as bases materiais para a universalização de uma educação básica qualificada. Entremeada de histórias de vida, e que histórias, o discurso do palestrante, finalmente, nos alertava para " os riscos da cooptação pelo pragmatismo dos consensos sobre a harmonia social ou pelo reformismo social , que tem como conseqüência, ao mesmo tempo, o esmaecer do antagonismo de classes e a eliminação da luta política." Excelente, sobre todos os aspectos. Um chamamento para todos nós educadores. Não menos que Frigotto, o debatedor Prof. Dr. José Francisco de Melo Neto, do Centro de Educação da UFPB, também deu o seu recado, dando um corolário especial ao final daquela manhã, tão rica quanto profícua. Enfim, toda a programação foi bastante proveitosa, fechada com "chave de ouro" na confraternização entre os participantes, em momento gostoso ao som de músicas populares, no Clube Social, em Solânea. Foi gratificante! Dançamos bastante e a alegria foi a tônica daquela noite fria, mas contagiante, pelo calor afetivo que envolveu todos que ali estavam.