sábado, 14 de novembro de 2009

A expansão da Educação a Distância

Impressiona-nos, sobremaneira, as notícias relacionadas à expansão da Educação a Distância (EaD). Pensar que tudo começou com o anúncio de um curso de datilografia por correspondência nas páginas do Jornal do Brasil, no final do século XIX, é impressionante constatarmos esse progresso. Essa trajetória de mais de um século, experimentou avanços e fracassos, sobretudo, porque a EaD só era acionada, quando outras modalidades falhavam.

Com a publicação da Lei de Diretrizes e Bases - LDB, de 1996, em seu artigo 80, oficializa-se a oferta desta modalidade de ensino e as Instituições de Ensino Superior são credenciadas para oferecerem Cursos Superiores em EaD. Com essa regulamentação, a EaD cresce, lastreada na popularização da Internet e no desenvolvimento de novas tecnologias da informação - TICs. Dessa forma, o número de Cursos ofertados em EaD se consolida, a cada dia, associado , também, às novas metodologias de ensino-aprendizagem.

Esta semana, tive a oportunidade de ler na Revista IEL/Interação, (set/out/nov,2009), a respeito deste tema e algumas informações nos chamaram a atenção. Conforme dados da Associação Brasileira de Educação a Distância - ABED, o número de estudantes de graduação matriculados em Cursos de EaD, reconhecidos pelo MEC, chega a 1,2 milhão. Nas estatísticas do MEC, isso representa um quarto dos 4,8 milhões de alunos matriculados em Cursos presenciais.

Para um país, que tem apenas 12% dos jovens entre 18 e 24 anos cursando o ensino superior, é inegável as oportunidades que se abrem para que possamos atingir patamares semelhantes aos do Chile e Argentina, cujo índice é de 30% de graduandos nessa faixa etária.

Alvissareira é, pois, a comprovação de que, diferentemente do que muita gente supõe, a EaD não traz prejuízo para a aprendizagem. O Instituto Nacional de Pesquisa e Estudos Educacionais - INEP comparou as notas médias do ENAD e comprovou que o desempenho dos alunos em EaD, em geral, é de 6,7 pontos superiores aos demais.

Não é à toa, que a UAB - Universidade Aberta do Brasil, ancorada pela CAPES, reune toda a equipe da SEAD/MEC (dirigentes, coordenadores, pesquisadores) e demais colaboradores das IES, entre coordenadores de curso, professores e elaboradores de material didático, para o I Encontro Internacional em Educação a Distância, em Brasília, de 23 a 25 de novembro deste, onde serão refletidos e avaliados aspectos que dizem respeito a essa área do conhecimento.

Ficamos gratificadas, eu e a Profª Rossana Arcoverde, por sermos contempladas com a aprovação de um artigo acadêmico, intitulado "A Produção de Material Didático numa Perspectiva Dialógica", enviado para esse Encontro. Fruto de nossos estudos e pesquisa em EaD, na UEPB, que já se firma como uma IES que acreditou nessa modalidade de ensino, este trabalho faz parte dos vinte selecionados para apresentação oral, entre seiscentos trabalhos inscritos.

Porém, a contribuição da EaD não se restringe aos Cursos de Graduação reconhecidos pelo MEC. Aproximadamente, 1,5 milhão de pessoas utilizam a Internet para atualização e qualificação, por meio de Cursos livres e outro 1,5 milhão de funcionários de empresas que fazem Cursos em ambientes corporativos.

Em razão dessa onipotência da tecnologia na área educacional e no processo de ensino-aprendizagem, imprescindível admitirmos que é inegável e irreversível a expansão da EaD, tendo em vista ser a porta de entrada para sanar o "déficit" estatístico do número de graduados e profissionais no país.