sexta-feira, 9 de abril de 2010

Em dia com a língua

Essa dá pra rir...

" A ambiguidade e a vagueza são inerentes à linguagem natural. De um lado, os termos são polissêmicos, ou seja, têm mais de um significado; de outro, o sentido constitui-se na contradição, na polêmica com outros discursos e, por isso, as formações discursivas revelam interpretações e apreciações conflitantes.
A maior parte dos termos da língua não é unívoca. Ao contrário, as palavras possuem vários significados. É essa propriedade da linguagem que permite os jogos de palavras. Conta-se que Emílio de Menezes, quando soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco de um ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho:
'É a primeira vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos.'
'Banco é usado em dois sentidos: 'móvel comprido para sentar-se' e 'casa bancária'. Também tem dois sentidos o termo 'fundos': 'nádegas e 'capital', 'dinheiro'.
Por outro lado, não temos acesso direto à realidade, ele sempre vem mediado pela linguagem que não é neutra. As relações interdiscursivas, que são contraditórias, determinam um ponto de vista na interpretação dos fatos e acontecimentos. "(...)

Revista Língua Portuguesa, março de 2010, p. 43. Texto de José Luiz Fiorin)

Em dia com a língua

Compartilho com meus leitores notícias interessantes que leio sobre os usos da nossa língua portuguesa e que tive a ideia de repassar, sempre com este título, quando encontrar algo que valha a pena transcrever.

" De acordo com um estudo realizado pela British Academy, crianças que fazem uso de mensagens de texto por celular (SMS), prática conhecida como texting, leem e falam melhor do que as outras. A pesquisa afirma que pais e professores deveriam estimular essa forma de comunicação entre os mais jovens.
Para o jornal inglês The Independent, crianças que se valem de abreviações também dominam a pronúncia correta das palavras. Além disso, segundo o jornal, observou-se um significativo aumento de atenção por parte das crianças quando as palavras rimavam umas com as outras. Contudo, os pesquisadores não souberam afirmar se o uso frequente de mensagens influi na capacidade de escrever dentro das normas da língua. A única conclusão é que o uso prolongado fez as crianças se saírem melhor nas avaliações de fluência verbal". ( Revista Língua Portuguesa, março-2010, p.11).

E pensar que já fui abordada, várias vezes, por pais e professores que se preocupam com esses usos do "internetês"...