sábado, 21 de agosto de 2010

O Simpósio de Literaturas Africanas.

O Simpósio Internacional de Literatura Africanas, acontecido recentemente por iniciativa do PEN CLUB do Brasil - Seccional da Paraíba e sob os auspícios do Centro Campinense de Estudos Africanos, nos oportunizou bons momentos poéticos. Contando com o apoio da UEPB e da Rede Paraíba de Televisão, o evento foi idealizado pela Profª Drª Elizabeth Marinheiro e realizado no Departamento de Letras.

Os Escritores João Melo, Marta Santos e João Maiona são membros da União dos Escritores Angolanos e foram as "estrelas" do evento. No entanto, chamou-me a atenção a sensibilidade do poeta João Maiona. Relatou ele ter nascido no Norte da Angola. Lá havia muita violência e era uma época conturbada. Filho de pais muito pobres, pai empregado na casa de portugueses e mãe analfabeta, teve uma infância muito difícil. Frequentou Escola Católica e sua formação foi toda em língua francesa. Somente aos quatorze anos é que teve contato com a língua de Camões. Disse ele, que um dia, na missa, encontrou duas "madres" e nesse contato contínuo, aprendeu português. Nunca frequentou escolas para estudar português. (Emocionou-se ao contar esta história).

Começou a trabalhar, ganhou dinheiro e "viveu" o que não tinha vivido até então! Depois largou tudo e foi para o Sul da Angola. Resolveu continuar os estudos e foi para a França, onde ganhou uma bolsa de estudos. Os "ensaios" que escrevia chamavam a atenção dos professores que diziam ser ele um poeta!

Em 1980, com a influência de Carlos Drummond de Andrade, começou a escrever poemas. Constatou então que estava alcançando seus objetivos. Do poema "Ó Angola meu berço do Infinito", recortei alguns versos que me tocaram:

" Ó Angola meu berço do Infinito/meu rio da aurora/minha fonte do crepúsculo/Aprendi a angolar/pelas terras obedientes de Maquela/(onde nasci)(...) Angolei contigo nas sendas do incêndio/onde os teus filhos comeram balas/ e regurgitaram sangue torturado/onde os teus filhos transformaram a epiderme em cinzas/onde das lágrimas de crianças crucuficadas/nasceram raças de cantos de vitória/raças de perfumes de alegria/(...) (Angola meu fragmento de esperança)/deixai-me beber nas minhas mãos/a esperança dos teus passos/nos caminhos de amanhã/ e na sombra d'árvore esplendorosa."

Nada melhor do que poemas para alimentar o nosso espírito... Viva a poesia!

Um comentário:

NUMEROLOGIA E PROSPERIDADE disse...

maravilhoso o seu espaço.
Certamente, VIVA A POESIA.
FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja uma boa semana para você.
saudações Educacionais !