terça-feira, 15 de abril de 2008

Um sonho coletivo

Segunda-feira. Seis de junho. Tarde fria na serra da Borborema. Reunidos na sala do "Velho Anita Cabral", aquecia-nos o desvendar das teorias cálidas das Literaturas Marginais. Teresa Otranto desfiava competentemente a "poética dos Mangues" deChico Science e a "Metáfora da Malandragem" de Raul Seixas. Goretti Ribeiro explanava com deslumbramento o realismo grotesco das "Aventuras de Pedro Malasarte", à luz bakhtiniana. Sala cheia de espectadores que saboreavam ávidos as delícias do aprender e o descortinar das teorias aplicadas nos córpora em análise.
Naquele ínterim, penetrávamos nas reflexões de um monólogo interior: Como negar a existência de um mestrado que se impõe por si mesmo na realização de Seminários tão brilhantes, coordenados com maestria pela batuta da Drª Elizabeth Marinheiro, em sua disciplina Literaturas Marginais? Como calar as descobertas inteligentes dos alunos de lteratura Nordestina Contemporânea tão bem orientadas pela Drª Maria do Socorro Oliveira, enfatizando o obsoletismo dos Códigos frente ao continuun tipológico de textos? Como ofuscar os anteprojetos tão bem encaminhados nas iluminadas aulas de Metodologia da Pesquisa Científica da Drª Maria Auxiliadora Bezerra? Como obscurecer os percursos gerativos de sentido, eficientemente abordados nas aulas de Semiótica Textual do Dr. Sebastien Joachim? Como ocultar o ecletismo, excelentemente capitaneado das Histórias das Idéias do Dr. José Otávio? Como obliterar, enfim, os fatores de textualidade tão bem explicitados pela Drª Marinalva Freire?
Não! Efetivamente impossível! Não podemos retroceder no tempo. Não se pode anular uma conquista. "Sonho que se sonha só é um sonho que se sonha só". Porém, nosso sonho é coletivo! E "sonho que se sonha junto é uma realidade". Uma realidade acalentada há quatro longos anos. O realismo grotesco não nos espanta, nem nos assusta. Assim, como Chico Science saiu dos mangues para "as cenas da cidade", o nosso
Mestrado em Produção de Textos e Literaturas Marginais ocupará o seu merecido lugar. Assim confiamos. Assim acreditamos!

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