segunda-feira, 7 de abril de 2008

Diálogo com uma grande mãe!




A minha homenagem hoje a você, Irmã Stefanie, é a que eu lhe faria nos dias das mães. E sabe por quê? Porque mãe não é só a que gera, mas a que encaminha os filhos que adotou, no caminho do bem. Isto eu já lhe disse certa vez, lembra-se?


Mãe é aquela que transmite amor, que se doa, que orienta, que acarinha, que levanta o ânimo, que aninha em seu peito os filhos que sofre, que choram ou que, de alguma forma, precisam de amparo. Porém, mãe não serve apenas para enxugar lágrimas, nem atenuar sofrimentos! Mãe que é verdadeiramente mãe trilha veredas, abre caminhos, suplanta obstáculos, atravessa barreiras, vence desafios... Tudo faz para que seus filhos galguem êxitos, sejam vitoriosos.


Por isto, eu a considero uma grande mãe! Tão grande que meu coração torna-se pequeno demais para acomodar a saudade enorme, imensa, incontida que sinto de você. No entanto, resta-me um consolo: saber que você apenas mudou de lugar. Está em outras plagas, pertinho, bem pertinho de Deus. E nessa nova morada, tenho certeza, junto à Virgem Maria, de quem você era devota ardorosa. Você somou-se ao coro de anjos e santos para refletir luz sobre todos nós e entoar hinos de esperança e fé.


E foi com esse espírito filial que muitos se encontraram para demonstrar todo o carinho que sentem por você. Você ouviu, irmã, Wilson Maux, em seu programa matinal, narrando sobre a "menina" burguesa que trocou o seu vestido de baile pelo hábito de freira? Foi emocionante, não?! Você viu como os padres José Vanildo, Ribamar, Genival, Alfredo e frei Francisco fizeram bonito em suas celebrações? Você percebeu que a serenidade de Irmã Lúcia nos levou silenciosamente a sermos fortes superando as nossas próprias fraquezas. Você notou que Déa, naquela simplicidade de sempre, tomava providências, sem sequer alterar a voz? Você entendeu por que Cleonice chorou tanto, mas na hora H, foi competente o suficiente para dar as entrevistas necessárias e fazer-lhe uma homenagem, dando um belo depoimento sobre as lições de amor que com você aprendeu? Você ouviu, irmã, como Luciano, Caio e os outros do grupo musical tocaram e cantaram os hinos de que você gosta? E a serenata da noite? Tenho convicção de que você amou... Você era a metáfora da alegria!


Como? Irmã Celeste? Forte como um touro, vai dar conta direitinho do recado. Vilani? Ah! Irmã, as suas criancinhas que o digam. Jamais, ela as abandonará. Pois, com certeza, lembrar-se-á dos seus ensinamentos e das palavras de Jesus: "Tudo que fizerdes a um destes pequeninos é a mim que fazeis". Sabe irmã, Nilson continua nota dez na direção! E Josué, como sempre, não falha. Ah! Lembrei-me agora. Você deve ter vibrado com os potiguaras de Baía da Traição, dançando e cantando à sua volta. Pois é irmã. Você merece. Se esqueci o restante da turma? Não! Como esquecer? As meninas continuam fazendo aquelas comidinhas gostosas... Terezinha não esquece as flores da capela. Inclusive, colocou as belas orquídeas que Eneida Agra tirou do jardim e levou pra você, nos pés de Nossa Senhora, como você sempre recomendava. Na Secretaria, Saly e Mércia continuam no batente com aquela competência. Coordenadores e professores naquele ritmo de sempre. Educando para a formação integral do homem, tendo o amor como alicerce maior, pois "Educar é arte divina". Não é assim que você pregava? Não, irmã. Não é que você não está fazendo falta. Entenda! O certo é que mesmo com o coração sangrando, continuamos levando um raio de sol, para espargir luz aonde for preciso, uma vez que ao renascer de um novo dia, há sempre a possibilidade de um prosseguir constante...


Estamos, desta forma, absorvendo esta dor e essa saudade com compreensão, esperança e muita fé. Não foi você mesma que disse, certa vez, que "a dor purifica a alma,e em tudo, e principlamente na dor, está a presença de Deus?" É verdade que todos choramos essa falta física, porém temos certeza de que nossas lágrimas são a comunhão perfeita de nossos espíritos, transbordando as emoções que, em determinados momentos, nos é impossível dominar. Tenha, querida irmã Stefanie, a convicção de que a semente que você plantou, jamais fenecerá e, até em terreno arenoso, ela brotará viçosa e fértil.




Texto publicado no Diário da Borborema, Campina Grande/1996

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