segunda-feira, 7 de abril de 2008

Discurso proferido na Academia Brasileira de Letras - Rio de Janeiro

Excelentíssimo Sr. Presidente da Academia Brasileira de Letras Austregésilo de Ataíde.
Excelentíssimo senhores acadêmicos

Centenário do poeta Manuel Bandeira. "O poeta melhor que nós todos, o poeta mais forte", como bem disse Carlos Drummond de Andrade. Nós, cantadores do Nordeste, prosseguimos itinerantemente com as homenagens ao patrono de nossa Fundação. E para júbilo maior, com apresentações nesta Academia, templo do saber, ninho de poetas, abrigo de literatos. Com razão, Otto Maria Canpeaux, registrou em seu texto poesia intemporal, que "quem fez tanto não passou a vida à toa, à toa". Comprovadamente, constatamos nos preitos que o Brasil inteiro presta a Manoel Bandeira. Destarte, estende-se a cada um de nós, o contentamento de ostentarmos o seu nome. Este, será sempre para a FACMA, "Estrela da vida inteira", inebriando de luz as nossas mentes, alumbrando os nossos caminhos, tornando nossos sonhos mais audaciosos. Para o poeta que ensinou a "Arte de amar" não poderia ser diferente!
Senhor presidente, à arte da palavra impõe-se ao homem mais passivo e indiferente. Nosso irmão nordestino e imortal José Américo de Almeida já afirmava que "a palavra é mais nobre faculdade do homem, não deve morrer na garganta". Valemo-nos dela, portanto, para esternarmos a gratidão, o reconhecimento dos que fazem a Fundação Artístico Cultural Manoel Bandeira, especialmente, o coral falado pelo honroso ensejo de voltar a esta magnânima casa de Letras. A lhanesa com que nos recebeis é vossa; a honraria por estarmos aqui é nossa. Reconhecemos a nossa ineficácia para literariamente, como condiz o ambiente, dizer o que sentimos com os rebuscamentos devidos. Caurvamo-nos diante da retórica que aqui convivem e militam. Todavia, no nosso linguajar peculiar de Nordestina, com afetividade Paraibana, o amplexo caloroso de agradecimento.
Permite-nos, Senhor Presidente, usar deste espaço para fazer um registro que consideramos justo e legítimo. Trata-se do empenho da professora Elizabeth Marinheiro, comandante que nos fez ancorar neste porto, "cidade de sol e bruma", como a chamou Bandeira. A esta campinense, que com obstinação, denodo e eficiência tem elevado o nome de nossa Terra em nível nacional e internacional, devemos também a realização deste momento. Ela é a incentivadora perene de nossa Fundação, o que lhe faz juz o título de presidente de honra.
Finalizando, saudamos a vossa cidade onde um Cristo de braços abertos nos recebe, tomando por empréstimo as palavras de Bandeira:

"Louvo o Padre, louvo o Filho

E louvo o Espírito Santo
Louvando Deus, louvo o Santo
De quem este Rio é filho
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Cidade de sol e bruma,
Se não és mais capital
Desta nação não faz mal:
Jamais capital nenhuma,
Rio, empanará o teu brilho,
Igualará teu encanto."

Rio de Janeiro, 28.06.86

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