sábado, 12 de abril de 2008

Itacoatiara - uma revista de Cultura

Itacoatiara é uma revista da Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Paraíba. Idealizada pela Secretaria Adjunta de Cultura, em convênio com a Associação Brasileira de Semiótica/Regional da Paraíba, ambas dirigidas pela Profª Elizabeth Marinheiro. Itacoatiara é "um espaço vivo no sentido de aglutinar o melhor e o mais representativo da criação artística e intelectual da nossa região", segundo seu próprio editorial, além de "instrumento eficaz de intercâmbio cultural com outros Estados e outras regiões do País".
Em sua primeira edição (ano I, nº 01, abril/maio/junho/1993), cujo título evoca as inscrições rupestres das Pedras do Ingá, Itacoatiara convida seus leitores a uma primeira leitura, através dos sentidos múltiplos sugeridos no texto iconográfico de sua capa. Signos questionados e questionadores...
A revista firma-se pela abertura " transdisciplinar" que sua linha editorial adota. A competência de seus articulistas, ensaistas, contistas e poetas são marcos que transcendem os contextos, vencendo o tempo e o espaço. Isto prova que é universal, entre os homens, a necessidade e a habilidade de criar a linguagem.
Itacoatiara possibilita, ainda, por meio do ecletismo de suas produções, (filosofia, linguagem, literatura, cinema, comunicação de massa, direito, fotografia, contos e poemas) a redimensão dos sentidos do texto, que não estão, necessariamente, ali, mas sim, "nas relações de força que o lugar social dos interlocutores propicia", constituindo, enfim, o processo de significação.
E na mesclagem textual oportunizada pela revista, o leitor interage com outros sujeitos, ultrapassando a "objetividade" dos escritos, extrapolando a mediação natural existente entre leitor e texto. Em verdadeiro "jogo interacional" ensejado por esse periódico, o leitor, em ato de recriação, tece o seu próprio texto na perspectiva, porém, de que não existe "autor onipotente" nem tampouco "leitor onisciente".
Itacoatiara é, portanto, a intertextualidade originária e a polissemia constante, condição sine qua non para a leitura proficiente.

Campina Grande, 17.05.93

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