quarta-feira, 4 de junho de 2008

Educação a Distância

Hoje, fiz contatos com meus alunos de EaD, da disciplina Leitura e Elaboração de Textos. Ao interagir com eles no fórum de discussão, fiquei mais uma vez entusiasmada com as perspectivas que o ensino a distância proporciona a esses alunos. Verifiquei também que muitos deles ainda são limitados no uso da informática. No entanto, é necessário que se registre a oportunidade de inclusão social que essa modalidade de ensino proporciona a esses alunos, pois apesar das dificuldades, estão resgatando sua auto-estima, tanto por estarem fazendo um curso de nível superior, quanto pelo letramento digital que experimentam por força das circunstâncias. Alguns deles, em depoimentos escritos na avaliação presencial, afirmam do prazer de ter voltado a estudar e poder realizar um sonho acalentado há tanto tempo. Outros, por circunstâncias de localização geográfica, trabalho ou outros motivos, dizem da alegria de serem universitários e de vislumbrarem um futuro promissor.
A disciplina que acompanho, como elaboradora do material didático e professora formadora, é específica da área de Lingüística Aplicada, e por isso, exige que o aluno leia e escreva bastante, o que faz com que muitos deles demonstrem algumas limitações próprias de um ensino de língua inadequado, marcado por uma prática ineficiente, mostrando que a escola enquanto principal agência de letramento não cumpriu bem sua função. São estes alunos, mais do que outros, que precisam de nossa atenção, que fazem com que estabeleçamos interlocuções mais freqüentes e que os incentivemos a escrever, tendo em vista que será esse fazer contínuo que os farão crescer e apropriarem-se dos letramentos necessários para que, ao fazerem mais, tornem-se mais. Esperamos que essa prática de leitura e escrita oportunizada pelo material didático organizado por mim e minha parceira de trabalho, Rossana Arcoverde, que sugere uma proposta de mostrar caminhos de como utilizar a linguagem, de forma prática e usual, por intermédio dos gêneros textuais, possa ser o suporte para realização de novas significações, relações e conhecimento. Só assim, tranformaremos esses alunos em atores sociais, que ao fazerem uso da linguagem como objeto social e ideológico, jamais sejam os mesmos.
Os gêneros propostos, a partir de bilhetes, cartas, notícias, poemas, depoimentos, resumos, resenhas, memorial farão com que esses universitários sejam protagonistas de suas histórias, criando seus enunciados, expressando suas emoções, narrando fatos e acontecimentos sócio-históricos que emergem dos registros de suas vivências e da cosmovisão que terão do mundo. Seus conhecimentos prévios, somados aos conhecimentos adquiridos, os oportunizarão a produzir novos saberes, compartilhando significados e dando sentido aos seus enunciados. É o que desejamos a essa demanda que procurou, mesmo a distância, novas formas de letramento.