sexta-feira, 8 de maio de 2009

As cartas

Ontem li no blog de Rangel Júnior um texto que comentava sobre cartas. Fiquei feliz em saber que jovens também rememoram o uso desse gênero epistolar e que, por conta do desenvolvimento tecnológico, essa prática social tem arrefecido, diminuído. Lembrei-me, então de várias músicas de minha época que tematizavam esse costume tão antigo, quanto gratificante. Entoei comigo mesma algumas delas...
"Quando o carteiro chegou/ E o meu nome chamou/ Com uma carta na mão...". Uma outra: " Pombo-correio, volta depressa/ Leva esta carta e entrega a meu amor..." ou ainda, " Mandei meu primeiro pombo-correio/ Com uma carta para a mulher que me abandonou/ Soltei o primeiro, o segundo, o meu pombal terminou/ Ela não veio, nem o pombo voltou...".

Pois é! Quantas alegrias certas cartas proporcionavam às pessoas. Dependendo do assunto, as cartas nos levavam às alturas... A competência narrativa/descritiva de alguns missivistas era de fazer gosto. Verdadeiras relíquias! Daí, alguns autores desse gênero terem publicadas suas cartas, muitas vezes, com objetivos didáticos ou por razões documentais e históricas.

As cartas, geralmente, são um dos primeiros gêneros textuais trabalhados na escola. Mesmo assim, encontramos pessoas escolarizadas que têm dificuldade de escrever bem uma carta. Existem também os que por não terem nenhum nível escolar se valem dos escribas, que se prestam a esse ofício. O filme "Central do Brasil" retrata bem esse caso.

O certo é que sentimos falta do "velho carteiro", gritando "Correio" e nos entregando uma cartinha. Cartas da mãe para o filho, cartas de filhos para a mãe ou de qualquer familiar ou, ainda, as famosas cartas de amor... Se possível fosse, hoje eu estaria enviando uma carta com muito afeto para minha querida Mãe... Como ela está no "andar de cima", envio preces eivadas de muito carinho, na certeza de que nos parâmetros celestiais, esta é a linguagem mais eficiente.