domingo, 3 de junho de 2012

Hoje, transcrevo este poema de Djalma Andrade, poeta cearense,  por considerá-lo uma bela oração e comungar com as ideias do autor:


Ato de Caridade


Que eu faça o bem , e de tal modo o faça,
Que ninguém saiba o quanto me custou.
Mãe, espero de Ti mais esta graça:
Que eu seja bom sem parecer que o sou.


Que o pouco que me dês me satisfaça;
E se, do pouco mesmo, algum sobrou,
Que eu leve esta migalha aonde a desgraça,
Inesperadamente, penetrou.


Que a minha mesa, a mais, tenha um talher,
Que seja, minha Mãe, Senhora nossa,
Para o pobre faminto que vier.


Que eu transponha tropeços e embaraços:
Que eu não coma sozinho o pão que possa 
ser partido por mim em dois pedaços.