domingo, 23 de outubro de 2011

O Ipê do meu quintal

Acordei hoje cedo! Abri a janela do meu quarto. Meus olhos encheram-se! Meus ouvidos foram premiados! As flores do meu Ipê ficaram mais belas com o gorjeio de dois pássaros que nele pousaram. A linguagem cromática mesclava-se entre o roxo do ipê e o colorido dos pássaros numa sintonia irradiante! Os raios do sol espraiavam luz naquele cenário de cor e som. Meus olhos brilhavam e meu coração palpitava. Emoção demais para um domingo que se prenunciava dos mais belos!
Associei essa imagem a uma melodia que gosto muito: "Quanta luz neste ambiente, descendo sobre nós, vibrando em nossas mentes..." .
Senti-me agraciada e cheia de esperança. Senti-me, também, enriquecida por poder desfrutar desse potencial que a natureza me ofereceu. São imagens como essa que me oportunizam a semiotização de signos verdadeiros e semanticamente valiosos. Minha alma inundou-se de paz, por meio das leituras múltiplas que fiz naquele instante... Recolhi-me na minha insignificância humana, diante da grandiosidade daquele espetáculo ímpar da natureza!
Agradeci a Deus, naquele momento, por verificar, que apesar da degradação do meio ambiente, ainda nos é dado a ventura de presenciar cenas de tamanho valor.

domingo, 21 de agosto de 2011

Os provérbios nas tramas da linguagem

Refletir sobre os provérbios nas tramas da linguagem nos faz pensar sobre as formações da vida no cotidiano e nas interações verbais que se instauram entre interlocutores. Mergulhar nesses enunciados, cujos fios se sobrepõem e se enredam, como a fluir enunciativamente ou a se desalinhar no processo de nosso conhecimento, faz com que nos aproximemos dos vários sentidos que essas produções evocam. Poderíamos dizer que "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura?" O que sabemos é que essas variadas construções do inconsciente coletivo, presentes nas interações cotidianas nos aguçam para a observação e reflexões que estabelecem novos diálogos.
Dessa forma, esta linguagem cotidiana, usada nos diferentes contextos e gêneros textuais, vai tecendo as inúmeras tramas que possibilitam o diálogo na abertura de fios que se entrelaçam na configuração dos discursos. É nessa perspectiva que os provérbios se constituem, fazendo parte de uma pluralidade cultural, que não pode ser hierarquicamente ordenada ou privilegiada, mas respeitada pela sua inviolável diversidade de modo de ser, de se manifestar culturalmente.
Os provérbios, considerados como um discurso "sui-gêneris", podem ser vinculados às tramas da linguagem como uma produção plural e dialógica, pois o outro impõe sua alteridade irredutível sobre o eu que se constitui e tem que abrir caminhos em um espaço que já pertence a outros.
Assim, os provérbios que andam de boca em boca, ou seja, "de porta em porta, como a medalha milagrosa", pois "da moita que não se espera é que sai coelho", são comprovadamente, enunciados plurais e dialógicos, como retrato vivo da sabedoria popular, em cujas tramas apresentam "panos para as mangas", que podem ser costurados com suas próprias linhas. Como dizem os mais velhos que "a voz do povo é a voz de Deus", podemos considerar, pelo viés teórico bahkthiniano, que os provérbios funcionam como célula geradora do discurso dialógico.
É nesse sentido que circunscrevemos os provérbios, reconhecendo sua importância no cenário cultural e enunciativo, pois eles estão presentes em todos os contextos de enunciação, quer seja em conversas informais, em textos publicitários, jornalísticos, políticos, novelas, poemas, romances, contos etc, "cada um puxando brasa pra sua sardinha".
Existem provérbios para todos os gostos e ocasião. Em "pedra que rola não cria limo", o provérbio não tem marca pessoal; já em "mulher é como estrada, sendo boa é perigosa" ou "sogra não é parente, é castigo" existe marca designando pessoas. Há, ainda, os que apresentam marcas indefinidas, como "quem tudo quer, tudo perde" ou "cada macaco no seu galho". Outros se prestam a aconselhamentos, como dizia meu avô paterno: "Os de casa assam, mas não comem; os de fora comem cru". Alguns aparecem, ainda, como substitutivos de pessoas: "Cabaça que leva leite nunca mais tira a catinga", e assim por diante. Não nos alongamos neste texto, pois "cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém"...
Vale registrar, também, que nas tramas da linguagem, constatamos os contra-provérbios ou provérbios alterados, se configurando como um interdiscurso, desdobrado em torno de outros campos discursivos, chegando a ser plolêmicos ou humorísticos. Por exemplo: "Quando um não quer, o outro insiste; "quem dá a pobre paga a conta do motel"; "quem dá, engravida"; "gato escaldao, morre; "quem cedo madruga, fica com sono".
Como vimos,os provérbios são construções heterogêneas, interdiscursivamente intercalados em outros gêneros, resultado de uma autoria anônima e fortemente ligados à tradição popular. Afirmamos, portanto, que é difícil não se reconhecer um provérbio, pois, "não se compram gatos por lebres" e "de boca em boca é que se vai à Roma".
Enfim, "o pior cego é aquele que não quer ver".

terça-feira, 19 de julho de 2011

A imagem da mulher nos enunciados proverbiais

Há poucos dias, apresentamos comunicação, do GT "Identidades de Gêneros excluídas: o preconceito na literatura e na cultura", em Colóquio Nacional, organizado pelo PPGLI, do Departamento de Letras/UEPB. Naquela ocasião, mostramos que a bipolaridade feminino/masculino visa à determinação de lugares sociais para homens e mulheres e se efetiva nas práticas discursivas. Enfatizamos que o discurso não só representa a sociedade, como também a constrói e a constitui. O discurso com sua força ideológica é normatizador da vida social, legitimando valores, conceitos, crenças e possibilidades de ser e agir.
Particularmente, em relação à mulher, o discurso proverbial, por ser considerado um esteriótipo cultural, incide sobre a imagem da mulher, e, muitas vezes, sustenta crenças, convicções, superstições e preconceitos.
Assim, expomos o resultado de uma investigação feita sobre os enunciados proverbiais que circulam como agentes fragmentadores da imagem da mulher, (mulher feia, mulher infiel, mulher como objeto de satisfação sexual, mulher velha etc.), refletindo como esse discurso, a partir da memória discursiva, se torna constitutivo dessa construção social.
Chegamos à conclusão de que o papel da linguagem como processo de construção de sentidos é básico para formar, tanto a subjetividade, quanto à identidade. É preciso, pois, instalar um discurso de resistência a todo e qualquer discurso esteriotipado que possa revelar representações que extrapolam argumentações pré-concebidas e se tornam veiculadoras de um paradigma pejorativo sobre a imagem da mulher.
Defendemos, portanto, o discurso que não seja fragmentador da imagem da mulher. Um discurso que respeite a mulher, que a veja forte e destemida, em confronto com um mundo instável, fragmentado e em crise de valores. Acreditamos que é nesse contexto da sociedade contemporânea, que a mulher se firma, ascendendo em todas as esferas sociais, assumindo sua
nova imagem e perseguindo trilhas em outra direção.

sábado, 16 de julho de 2011

COISAS DA LÍNGUA

Recebi este texto e achei interessante publicá-lo. Aliás, a Revista "Língua Portuguesa" já abordou este tema, mostrando o uso "vicário" dessa palavra. "Coisas" da riqueza de nossa língua que, em sua plurivalência, nos oportuniza utilizá-la das mais variadas formas e nos seus múltiplos usos.

MAS QUE COISA!

Para quem gosta da Língua Portuguesa, curiosidade como esta é interessante. Acompanhe o texto e veja que "coisa estranha" para se pensar.
O substantivo "coisa" assumiu tantos valores que cabe em quase todas as situações cotidianas .
A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.
A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar ”.
Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego). Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.
Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.
Em Minas Gerais , todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".
Devido lugar
"Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).
Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Coisa boa é a Juliana Paes. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70. E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus".
Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima". Mas a "coisa" tem história na MPB.
No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".
Cheio das coisas
As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração. Todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas. Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai"). Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa... Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."
Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.
A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas!
Coisa à toa
Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".
Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más.
Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda.
Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas"...
Entendeu o espírito da coisa?

Autor: Desconhecido.

sábado, 14 de maio de 2011

Lágrimas

Acordei com vontade de chorar!
Acho bom chorar!
As lágrimas lavam a alma,
Libertam as emoções...
De repente, recebo uma boa notícia!
Seriam as lágrimas prenúncio de um bem?
Não sabemos! O que é certo é que elas brotam lá do íntimo...
Lágrimas! Podem ser de tristeza ou de alegria...
Como as flores, estão presentes em qualquer situação.
Que venham sempre as lágrimas de alegria.
É o que te peço sempre, Senhor Jesus!

domingo, 8 de maio de 2011

Família Reunida

Os dias das Mães que, coincidentemente, acontecem na data oito de maio, geralmente, me deixam muito triste, por ser exatamente nesta data, dia das Mães, que Julieta, minha venerada Mãe partiu... No entanto, hoje, extranhamente, contive as emoções, a saudade, e o sentimento de "perda", tanto da mãe querida, como do filho amado que também está "do lado de lá"...

Resolvemos todos almoçar em casa, no aconchego da família. Filhos e netos juntos (exceto os de Cuiabá), mesa farta, graças a Deus, consegui alegrar-me ao ver minha casa cheia e cercada do que há de mais precioso para mim, a família.

As conversas amenas, os comentários bem humorados, os sorrisos nos rostos, tudo fazia com que celebrássemos aquela data com simplicidade, mas com grandeza de alma. Aquele instante, para mim, superou até os presentes recebidos e as flores que vieram acordar-me...

Além disso, os telefonemas de meu irmão Djalma e minha irmã Albani, oportunizaram a dimensão semântica da palavra afeto, nas trocas fraternas que simbolizaram o nosso sentimento maior, o nosso grande amor à nossa mãe e a gigantesca falta que se fazem elos a nos unir na grande corrente da saudade...

À tardinha fui à missa! Orei, agradecida, pelos "benefícios de Deus" na minha vida. Obrigada, Senhor!

Poeminhas de Mário Quintana

Vale a pena transcrever estes "poeminhas" de Mário Quintana, pela grandiosidade de seus significados. Vejamos:
Das Utopias

Se as coisas são inatingíveis... Ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que triste os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!

Poeminha do Contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Às Mulheres

O mês de maio se inicia. Cognominado como mês de Maria, das mães, das flores, das noivas...
Eu diria, não só de Maria Santíssima, mas de todas as Marias, generalizando-as como Mulher.
As Marias brancas/ pretas/índias, de todas as etnias. As Marias pobres/ricas/poderosas ou sem poder algum... As Marias jovens/idosas/envelhecidas pelo tempo ou não... A todas as Marias, sem nenhum preconceito... Mas, primordialmente, as Marias que são consideradas incapazes por não terem a juventude aflorada em seu físico, esquecendo-se alguns que ser jovem é ter no espírito o vigor, a sensibilidade e o respeito que muitos não têm a capacidade de ter...

Neste mês, quero dedicar a todas essas Marias desreipeitadas, ultrajadas, vítimas de preconceitos, este poema que, por si só, pela grandeza de sua autoria, de seu conteúdo, com certeza, calará vozes, que movidas não se sabe por quais sentimentos, externizam ideias que melhor seria não serem exteriorizadas, mas continuarem silentes para não ferir quem as ouve...

Eis o poema, de autoria de Madre Teresa de Calcutá, que faço dele as minhas palavras:

Tens sempre presente que a pele se enruga,
o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...
Mas, o que é mais importante não muda;
A tua força e a tua convicção não têm idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.
Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista vem um desafio.
Enquanto estiveres viva, sente-te viva.
Se sentes saudades do que fazias, volta a fazê-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando esperam que desistas.
Não deixe que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que, em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não conseguires correr através dos anos,
Trota
Quando, não conseguires trotar, Caminha!
Quando não conseguires caminhar,usa uma bengala.
Mas, nunca te detenhas!!!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Construindo Castelos

Esta semana refleti comigo mesma acerca do que havia lido no livro "Nunca desista dos seus sonhos", de Augusto Cury. Diz ele que "se você tiver grandes sonhos, seus desafios produzirão oportunidades e seus medos produzirão coragem". Foi o que aconteceu comigo.

Incentivada por amigas verdadeiras, decidi-me a concorrer a uma vaga no Doutorado em Literatura e Interculturalidade do Departamento de Letras da UEPB. Movida pela paixão aos estudos e a vontade férrea de tornar-me uma pesquisadora de fato e de direito, enfrentei mais este desafio em minha vida.

Só havia, então, uma possibilidade de conseguir tal intento. Entregar-me decididamente aos estudos para o enfrentamento das três fases eliminatórias da seleção (Prova Escrita, Projeto e Entrevista) e, ainda de quebra, a proficiência em Língua Estrangeira. Sabia por antecipação dos obstáculos que teria de transpor, tendo em vista que estaria concorrendo com pessoas, talvez, com mais condições que eu e por enveredar em uma área que não era a que eu trabalhava há muitos anos. No entanto, pensei comigo mesma, que sem enfrentar riscos, não vamos a lugar algum. Muitas vezes, é preciso derrubar "os monstros imaginários" que se alojam em nossas mentes e dilaceram nossos sonhos.

Assim o fiz. Abracei esse sonho, empoderei-me desse objetivo e fui à luta. Felizes dos que encontram a coragem para lutar e tornam os seus sonhos em realidade, "aprendendo a ser líderes de si mesmo".

Mergulhei tenazmente no meu propósito de vida. Louvo a Deus pela vitória! Irei reconstruir uma trajetória, em cujo hiato, nunca deixei que os vazios não fossem preenchidos ou que a inércia tomasse conta de mim. Sempre vislumbrei auroras e toquei sinfonias que pudessem delinear novos horizontes.

Hoje, tenho a certeza, de que a cada dia que se vive, um sol iluminado ressurge e seus raios reenergizam os que acreditam em um porvir venturoso que pode resgatar o prazer de viver e o sentido da vida.

Tenho plena convicção dos percalços e responsabilidades que me aguardam. Entretanto, sei da minha garra, da vontade de vencer e a grande Fé em Deus, que nunca me faltou. Sei também, que a vida é uma maratona, cujo percurso devemos nos arriscar a percorrer. E diante das incertezas e contingências, olhar para frente e dar sempre um passo a mais é o que se deve fazer.

Nesse sentido, como sempre digo, Deus e o tempo são os senhores de todas as coisas. O tempo passa de todo jeito. Quer façamos ou não alguma atividade. Assim, os caminhos existem para ser trilhados, as pedras do caminho para ser retiradas, as barreiras para ser transpostas e os castelos para ser construídos.

sábado, 16 de abril de 2011

Uma doce "tarefa"

Há alguns dias, fui convidada para participar de uma Comissão composta pelos professores Profª Drª Elizabeth Marinheiro, Profª Drª Goretti Ribeiro e Prof. Ms. José Mário. A essa Comissão caberia a incumbência de selecionar Crônicas de Robério Maracajá para publicação de um livro. Senti-me agraciada por ser lembrada para tão doce "tarefa"! Ler já é uma atividade prazerosa! Imaginem ler Crônicas de tão competente escritor! Mãos à obra, então, olhos ávidos e mente aguçada para tão nobre ofício. Sabia eu, de antemão, que iria ter uma grande dificuldade, ou seja, realizar uma filtragem da coletânea que me fora entregue, pois com certeza, ali já se compunha o que há de melhor. Iniciamos a leitura e a cada crônica lida o prazer "barthesiano" se instaurava e se constituia no "aliciamento das emoções" e a convicção plena de que os poetas não morrem. Voam em busca das estrelas e procuram um arco-íris para aninhar-se no multicolorido de seus arcos. Assim, a cada leitura, o prazer se renovava, fazendo-me degustar e sentir a doçura daqueles textos que se transformavam num banquete, no qual eu me saciava... Ato, não só de prazer, mas de sedução. Ler Robério Maracajá foi comungar e sonhar "fazendo a vida com a sofreguidão de quem faz o amor." Foi uma doce "tarefa", colaborando com um projeto que eterniza a sua voz e faz do ontem o hoje, pois o texto é atemporal, fazendo jus ao que ele afirmou em uma de suas Crônicas: "É acalentador descobrir-se que há no mundo momentos, que não buscamos e que nos chegam sem que os procuremos, porque sempre estivemos ali."