segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Homenagem de aniversário

Eles aniversariaram. A festa lá no céu deve ter sido linda! Aliás, lá deve ser uma eterna festa... Pensei o que oferecer-lhes nesta data. E, as flores que Rossana trouxe, beijando-as, doei-as para vocês. Além das flores, o maior presente que posso ofertar-lhes são minhas preces eivadas do mais sublime sentimento de amor filial. Sei que no espaço onde vocês habitam, com certeza, quem recebe presentes somos nós, filhos e netos. Tenho a plena convicção de que vocês intercedem a Deus por todos e cuidam do "rebanho" que tão bem pastorearam, em vida. Parece que foi ontem... O tempo passa... Mas, as lembranças ficam... As tristezas deixam marcas... Mas, as alegrias vividas, por mais simples que sejam, ficam registradas com maior vigor... E as imagens teimam em se fazer presentes. Cecília Meireles retrata bem essas imagens:

" Tão brando é o movimento / das estrelas, da lua, / das nuvens e do vento, / que se desenha a tua face no firmamento".

E se desenham com tanta nitidês, que olvidar essas faces seria impossível. Prantear essas ausências torna-se inevitável. Guardar para sempre essa memória é dever sagrado, pois como bem expressa a quadrinha popular:

"Entre aqueles que se amam, / A morte aparece em vão, / Pode plantar a saudade / Mas, nunca a separação."

Saudades, muitas saudades queridos pais que, coincidentemente, aniversariavam em quatro e seis deste outubro primaveril. Vocês, em vida, foram primaveras a florir o meu caminho e, hoje, são luzes que me dão forças e iluminam o meu entardecer.


Um comentário:

ALFRAPOEMAS disse...

Peço-lhe desculpas por ter andado tão absorto nos meu devaneios poéticos, chegando ao extremo de (nesses dias) pouco ter visitado o seu blog.
Andei perdendo muita coisa boa! Entretanto, estou de regresso e maravilhado com este seu último texto: "Homenagem de aniversário", dentre os outros, é claro!
Peço-lhe a generosa permissão para que, entre o seu pensamento e estes "mosaicos" que a Senhora sabiamente nele ntroduziu, eu possa relambrar uma glosa do grande Manoel Xudu, poeta poular, quando em resposta ao mote QUEM PERDE A MÃE TEM RAZÃO/DECHORAR PORQUE PERDEU, ele, na sua verve cobiçada, sem pestanejar respondeu:

Minha mãe que me deu papa
me deu doce, me deu bolo
Mamãe que me deu consolo
leite fervido e garapa
mamãe me deu um tapa
e depois se arrependeu
beijou aonde bateu
acabou a inchação
QUEM PERDE MÃE TEM RAZÃO
DE CHORAR O QUE PERDEU.

Muito obrigado por permitir-me a intromissão, e parabéns mais uma vez pelos brilhantes escritos.
Nós nos orgulhamos da sua amizade.

Alfrânio.