domingo, 14 de dezembro de 2008

Cuité, ontem e hoje

Sinto-me agraciada! Muitas coisas boas têm acontecido comigo. Tenho muito a agradecer a Deus! Para completar meu domingo, recebo amável e-mail do conterrâneo, Dr. Cícero Cândido, criador do site "Amigos de Cuité", enviando-me fotos do saudoso Cuité da minha juventude. Que fotos!

O "velho" coreto, onde aconteciam as famosas retretas, orquestradas por competentes músicos que alegravam nossa turma e nós, embalados por aquelas músicas, dançávamos ao som das melodias da época e desfrutávamos de tão ingênua fantasia...

O Cuité Clube, onde adolescente, ainda, sentia-me flutuante naquele ambiente social, testemunha viva das emoções de muitos que ali participavam daquelas festas tão vibrantes quanto excitantes, efervescidas pela sonoridade febril das orquestras em bailes formais ou na estrondosa e contagiante alegria de animados carnavais. Participei de muitas dessas festas, mesmo depois de casada.

O famoso Instituto América! Uma organização criativa de pessoas altruístas que viam naquela cidade serrana um potencial a ser explorado. A sua primeira turma! Os vestidos de gala para ostentar no baile. Que chic! Ah! meu querido Instituto América... Era lá que eu cursava o meu Normal Regional. Sim, fui normalista, sim senhor! Quantas lembranças das eficientes aulas de Português (era assim que se dizia) do Prof. Zezinho e Orlando Venâncio. Acredito que o conhecimento lingüístico que tenho não são todos advindos do Curso de Letras (URNE), do qual me orgulho, mas na verdade, é preciso que se faça justiça! Aqueles "mestres" não ficavam aquém de muitos doutores que conheço... Foi daquele educandário que trouxe a base para que eu fosse aprovada em vestibular sem fazer cursinho!

As festas da padroeira, as famosas garçonetes... Eram escolhidas "a dedo". As senhoritas da alta sociedade, vestidas a caráter e orientadas pelas organizadoras da festa com o maior esmero.

A matriz de Nossa Senhora das Mercês, onde participei do coral da igreja, e aprendi a louvar a Jesus e Maria, cantando... Quantas lembranças, quantas saudades... Como disse em poema: "O tempo passa, mas as lembranças ficam..." São marcas que ficam gravadas no mais recôndito de nosso coração... Porém, que bom a vida ser dialética!

Hoje, para nosso maior orgulho, temos o Cuité universitário! Um majestoso "campus" que se vislumbra e enche os nossos olhos à subida da serra. Fico feliz ao lembrar-me de que meu irmão Djalma, engenheiro da UFCG, contribuiu para que arquitetonicamente se erguesse aquele templo de saber, hoje, ampliado e com prospecção de grandes avanços. Participei com meu irmão, dirigentes da UFCG, autoridades e muitos conterrâneos, da alegria imensa da inauguração daquele campus .Os nossos jovens já podem fazer curso superior em sua própria terrinha. O saber acadêmico já não é mais privilégio de poucos. Essa superação efetiva-se, tendo em vista que a sociedade brasileira ultrapassa barreiras e conquista espaços, outrora inatingíveis. E o nosso Cuité acompanha esse vertiginal crescimento, fazendo jus à sua localização altaneira de cidade que se afirma dos cimos da Borborema.

Um comentário:

ALFRAPOEMAS disse...

E quando a saudade me bater tão forte assim... Eu... Eu vou armar minha rede na varanda, balançá-la com os pés na parede, desvencilhar-me desta realidade fosca e transportar-me a um passado tão palpável.
Vou folhear meu velho caderno amarrotado e, uma por uma, vou rever as minhas fotos amareladas - sabendo que vou sorrir, embora entendendo porque também vou chorar...

"Ah! Se o passado voltasse/Umas coisas e outras não!".

Bela construção, Professora!

Alfrânio.