sexta-feira, 12 de junho de 2009

Saudade

Estes dias frios de junho fazem com que procuremos alento. Não para o frio propriamente dito. Mas para o coração, que combalido pela dor, muitas vezes, precisa aninhar-se, procurando abrigo para a frieza da alma. A saudade, esse bichinho que corrói e machuca fortemente o nosso peito, toma conta de todo nosso interior e nos preenche de um sentimento que não sabemos explicar.
Os poetas, estes sim, sabem dizer o que é saudade.
Bastos Tigre já disse que "Saudade é como se fosse/ espinho cheirando a flor." Já imaginaram que imagem tão bonita? "Gosto amargo de infelizes" foi como a chamou Garret. E a saudade já foi definida como "dor que é remédio /remédio que aumenta a dor..." Esta definição contraditória tenta explicar paradoxalmente o que é saudade! Mas, somente os que a experimentam sentem as sensações dessa palavrinha que diz tanto... Bendita saudade que nos leva pra perto de quem gostamos, pois sentimos presente quem está ausente!
Junho das festas! Junho dos namorados! Junho dos folguedos! E por que não, junho das saudades...

2 comentários:

ALFRAPOEMAS disse...

Bonito, professora, um texto que mexe com a alma. Este tema "sudade" é muito abrangente e dolorido de cantar. Me faz lembrar uma glosa do cancioneiro nordestino, quando o poeta (de quem não lembro o nome) disse:

A SAUDADE É UM PARAFUSO
QUE NA ROSCA QUANDO SAI
SÓ ENTRA SE FOR TORCENDO
PORQUE BATENDO NÃO VAI
DEPOIS QUE ENFERRUJA DENTRO
NEM DESTORCENDO ELA SAI.

Escreva, professora, a gente gosta!
Um abraço.
Alfrânio.

ALFRAPOEMAS disse...

Em tempo:
O tema é doloroso de cantar. Dolorido eu fiquei depois que disse.
rsrsr.