sábado, 8 de maio de 2010

Os espelhos da alma

A nossa alma é um mosaico de espelhos que refletem os nossos sentimentos e que variam conforme as nossas circunstâncias ou contextos. As alegrias, as solidões, as emoções, as desilusões, as decepções, as esperanças, as expectativas, as saudades e tantos outros sentimentos formam esse mosaico que se constrói no desenrolar da vida.

Em determinados dias, essa urdidura mosaica se acentua e algumas delas se sobressaem pela importância que se constituem no desenvolvimento de nossas subjetividades. E neste contexto de subjetividades, "casa de todas as riquezas humanas", o nosso sentir se faz mais forte e se acentua com mais vigor, porque algumas lembranças persistem em se fazer presentes, por razões que lhes são pertinentes.


Nesse sentido, o nosso coração parece explodir pela intensidade da nossa vulnerabilidade de ser humano. Nossos olhos revelam, então, por meio das lágrimas, as dores de uma saudade infinda, porque representa a ternura, a bondade, a docilidade, a simplicidade e o sempre querer bem de uma Mãe que se fez grande pelas suas ações, pelo seu modo de viver... Mas, essas lágrimas são, muitas vezes, revestidas por um silêncio que nos envolve e ecoa nos espaços que nos circundam, pois como disse Clarice Lispector: "É no meu silêncio que escapam de mim todos os meus gritos."

É, então, nessa condição silenciosa que me aproximo de Deus e elevo ao Alto preces carregadas de amor para receber o conforto necessário e o aconchego maior que possam preencher este vazio de uma ausência tão sentida, na certeza de que "Deus chora nos lábios de quem reza".

Dessa forma, acalento as minhas dores e imagino o calor do abraço materno e a doçura de um beijo que se materializa na realização dos meus desejos.
Para você, querida Mãe, todas estas rosas...

4 comentários:

Ginha disse...

Lindo Diva!!! Sensibilidade à flor da pele!!! Bjo

Divanira Arcoverde disse...

Obrigada, Ginha querida! Você, como sempre, muito gentil.
Bjus
Diva

ALFRAPOEMAS disse...

Como andei perdendo... Como andei distante... Como pude fazer isso?
Desta vez, querida professora, sou eu que ouso tomar a liberdade de oferecer à minha mãe, pelo menos uma rosa desse seu jardim. Sim, seu jardim, porque isto não é mais um buquê - é algo muito mais expressivo.
Parabéns mais uma vez!
Como é bom passar por aqui!

Abraço.

Divanira Arcoverde disse...

Olá Alfrânio
Receber elogios de um poeta nos compromete cada vez mais. Muito grata, amigo! Fico feliz com seus comentários.
Abraço carinhoso.