Sem "sombra de dúvida", a nossa língua nos proporciona um ilimitado poder de uso. Em recente artigo na revista Língua Portuguesa (novembro,2008, p. 38), Jean Lauand refere-se a essa versatilidade que o usuário da língua dispõe. Na visão desse autor, o fenômeno é mais extenso do que à primeira vista supomos. "Mesmo a mais inofensiva busca na WEB mostra a riqueza da língua e sua capacidade expressiva", afirma esse pesquisador, enfatizando que se "a inveja vem em ponta; o ciúme dá-se em pitada; a ingenuidade, em doses; a vergonha na cara, em pingos etc." Temos, ainda, "leve impressão , toque de classe, leve susto, traço de tristeza e resto de esperança".
O autor continua, mostrando a idéia de maior ou menor popularidade de expressões equivalentes à palavra "pouco". Por exemplo: pouco para prosa "é um dedo"; para cachaça, "dois dedos"; para guloseimas, "um teco". Já a pouca visibilidade dá-se em "palmo". Há também, "um fio de voz", "um pingo de gente" e "um pedaço de mau caminho"... E por aí vai, essa língua faceira, cantada em verso e em prosa ( sem ser um dedo)...
São tantas as variáveis lingüísticas que utilizamos que os estrangeiros "comem fogo" para discernir tantos usos e tantos significados. Desse modo, são estas expressões idiomáticas que, por trás da rotina e dos clichês, enriquecem o nosso idioma e possibilitam os diversos falares.
O autor vai muito além desses exemplos e incentiva que se faça um mecanismo de busca na internet, como o Google ou Yahoo para se descobrir a popularidade de muitas outras expressões, comumente usadas no nosso cotidiano. É ver para crer!
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
A polissemia de nossa língua
Marcadores:
Das entrelinhas que li...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário