Com o título " Bibliotecas: Cenário Preocupante", a Revista Educação- julho/2010 publica que até 2020, os municípios e os estados brasileiros precisarão construir 25 bibliotecas por dia no ensino fundamental. O diagnóstico, obtido por um estudo do movimento Todos pela Educação, com base em dados do censo da Educação Básica de 2008, está relacionado com o cumprimento da lei que determina a instalação de bibliotecas em todas as instituições de ensino do país (públicas e privadas), sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no final de maio. A lei estabelece como prazo final para a instalação o ano de 2020.
Como vemos, a preocupação com a formação de leitores na escola é uma constatação. O ensino de Língua Portuguesa, não obstante as grandes mudanças que têm ocorrido, principalmente, no que diz respeito à produção e recepção de textos, não tem efetivado metodologias eficazes para a consecução de comunidades leitoras. Isto expressa, realmente, a necessidade de reflexões maiores sobre essas questões, em especial, sobre a prática de leitura na escola e fora dela.
Neste sentido, iniciativas como essa são louváveis, porém não se formam leitores por meio de decretos. É preciso muito mais! A criação das bibliotecas é o primeiro passo. É uma oportunidade que deve ser aproveitada pelos professores, para efetivação de uma exercício não muito comum em sua práxis. É necessário, porém, que se tornem leitores, deixando de lado a desculpa de que não leem porque não podem comprar livros. Consequentemente, trabalharem estratégias que levem seus alunos a ler, construindo sentidos para suas leituras, tornando-os, assim, leitores proficientes.
Não se concebe um professor que, diante das situações diversas e emergentes de um mundo globalizado, não goste de ler e não passe para seus alunos esse exemplo. Credita-se a leitura como uma forma rica e insubstituível para aqueles que querem atualizar seus conhecimentos. O professor que lê e faz com que seus alunos leiam terá chances de oportunizar grandes transformações na sua metodologia de trabalho, deixando de lado a linguagem do discurso didático, que inibe a voz do aluno, como se o aprendizado fosse exclusivamente para a escola, e não, para a vida.
Cabe também às Universidades que oferecem Cursos de Formação para professores do Ensino Fundamental inserir em suas diretrizes curriculares conteúdos que versem sobre esta temática, propiciando o debate, a reflexão e, sobretudo, a prática leitora, de forma que possamos preencher as incompletudes constatadas em pesquisas nessa área. Só assim, estaremos contribuindo com o desenvolvimento humanístico, social e cultural do indivíduo, no sentido de sua realização como ser pensante e engajado nos diversos contextos em que interage.
Construamos, então, essa ciranda, unindo nossa mãos, pois "nenhuma corrente é mais forte do que seu elo mais fraco."
domingo, 15 de agosto de 2010
Ciranda da leitura
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