quarta-feira, 16 de abril de 2008

Discurso de resistência

A FACMA foi cenário de algumas experiências vivenciadas em minha vida profissional e não são poucos os laços que me unem a essa entidade. Elos afetivos, intelectuais, profissionais e culturais formam a corrente que me "amarram" a ela e aos que constituem o seu corpo diretivo. Razão por que sou testemunha de sua trajetória penosa para se manter diante das intempéries que tem atravessado.
No entanto, não quero falar aqui do discurso da falência e da inanição por falta de oxigênio monetário dos que fazem o poder público. Prefiro retomar o discurso da memória, que me traz boas lembranças, e o de resistência que faz com que a FACMA continue de pé, reagindo e resistindo... Lembro-me, pois, da FACMA nos idos de 1986, louvando Manuel Bandeira por ocasião do seu centenário. Vivenciei com outros colegas na Academia Brasileira de Letras, no Rio de Janeiro, uma das mais gratificantes experiências, como presidente em exercício da FACMA àquela época. Tive a oportunidade de falar naquela egrégia casa dirigida por Austregésilo de Athaíde e vibrar com os aplausos dirigidos ao nosso canto coral que se apresentava naquela ocasião.
Vale a pena, também, relembrar os projetos e planos de ação dos Núcleos que consolidam a tessitura dos matizes operacionais da FACMA, iniciados na década de noventa. E não são poucos... Só para citar alguns, vislumbro a eficiência do "Memórias de Campina", o brilhantismo do "FACMA dança na rua", a eficácia do "Missão e Cidadania", o fazer gostoso do "Cadeira de balanço", entre tantos, que não me arrisco a nomear sem o exercício da pesquisa.
Éjusto, portanto, que ao comemorarmos os trinta anos da FACMA, somemos esforços, multipliquemos ações, diminuamos problemas e dividamos tarefas, colaborando fraternalmente com a instituição cultural pioneira de Campina Grande. Dessa forma, estaremos cultuando o discurso da memória, insistindo no discurso da resistência e firmando, prioritariamente, o discurso do porvir: Que sejamos todos, enfim, professores, políticos, artistas, poetas e intelectuais, a busca do que será.

Texto publicado no Jornal da Paraíba
Campina Grande, 31.05.2000.

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