quarta-feira, 16 de abril de 2008

Oficina de produção textual: um fazer prazeroso

O Departamento de Letras, comungando com as propostas da Reforma Acadêmica da UEPB, dinamizou os Cursos de Extensão dando novos direcionamentos metodológicos em sua operacionalização. Engajamo-nos nesse projeto como professora de Produção Textual. Para tanto, procuramos nos munir de estratégias que pudessem propiciar aos participantes do projeto (Oficina de Produção Textual) situações de criação e formas de avaliação desse percurso criador.
Conforme Garcia (1990), a palavra "oficina" sugere algumas idéias que compõem a sua definição: trabalho, vida, mudança, transformação, processo, conserto, reparo, montagem, elaboração, criatividade, novidade, ação, renovação... É um modo de trabalhar que se opõe à aula tradicional, de forma que o produto e o processo componham uma unidade dialética, sem deixar de lado o componente prazer que, por sua vez, gera um clima de crescimento e auto-confiança.
A essas características da "oficina", acrescentamos conhecimentos outros que têm redimensionado o ato de escrever, ou seja, a produção de texto como resultado de uma construção que se processa na interação. Nesse sentido, a produção do texto tem sido vista como um momento posterior à sua elaboração, oportunizando o processo de refacção (FIAD e MARINK-SABINSON, 1991; GERALDI, 1996). Investe-se, assim, no potencial do escritor e no processo da refacção, vendo a escrita numa perspectiva global, efetivando mudanças que reordenam o todo ou atingem segmentos do discurso.
Nessa Oficina de Produção Textual, trabalhamos com uma clientela especial: professores da UEPB e da equipe da SEC do município. Partimos, então, da prática de cada um em seu cotidiano e produzimos textos levando em consideração a noção de gêneros do discurso (BAKHTIN, 1997) que incorpora elementos da ordem do social edo histórico, a situação de produção de um dado discurso e seus modos de dizer.
A Oficina de Produção Textual favoreceu a integração entre práticas de leituras, escritura e análise lingüística fazendo com que os conhecimentos partilhados fossem utilizados na construção de novos saberes e proporcionassem um fazer significativo.

Texto publicado na Scriptus
Campina Grande, 1999.

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